quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Quando o dia começa torto.


Fiz terapia por muito pouco tempo, mas lembro de uma dica da psicóloga que sempre pratiquei e sempre deu muito certo. Preocupada com as minhas mudanças bruscas de humor, ela me ensinou: quando perceber que o tempo fechou, volte um pouco no tempo e tente encontrar exatamente o momento da virada. Anote e reflita.

Pois então, ontem cheguei em casa sem um pingo da energia positiva que eu andava carregando nos últimos dias. Cheia de dúvidas, cheia de lágrimas, cheia de medos.

Durante a madrugada, todos os maus pensamentos que vivo driblando durante o dia foram trazidos à tona pelo inconsciente, em um sonho desagradável, dolorido, desconfortável.

Hoje acordei sem vontade de abrir os olhos. Sem vontade de sair da cama. Sem vontade de sair de casa.

Ok, era a hora de parar para o exercício: onde foi que o caminho entortou?
Seria somente a ressaca do sonho?
Seria resultado da aula de ontem, que acabou com as desventuras amorosas de Sophie Calle?
Seria só ansiedade pelo que está por vir? Impaciência?
Não sei. Não consegui apontar com exatidão.
Mas quando o dia começa assim, complica.

No banho, troquei shampoo por condicionador, derrubei a toalha no chão molhado e depois deixei cair a tampa do perfume em um "buraco negro" do banheiro.
Briguei com a minha mãe por uma coisa ridícula, quis chorar e sumir.
Escolhi para vestir uma calça que está apertando minha coxa e estrangulando a batata da perna.
Às 10 da manhã eu já tinha furado o regime, fumado dois cigarros, tomado coca zero (tudo proibido).
No caminho para o trabalho, levei pelo menos umas três fechadas, tocou a pior banda do mundo no rádio, esqueci os óculos escuros e tá um sol do inferno. O cinto de segurança amassou minha blusa bem na barriga, criando aquele destaque desnecessário. No caminho pro escritório, pisei com a sapatilha de pano numa poça d'água.
Tá difícil acreditar que possa melhorar.

Eu comecei a escrever aqui achando que era impossível.

Mas aí vejo no Facebook o lançamento da música nova da Rita Lee. Ouvi. Sorri.

Pensando agora em nem publicar esse post.

Mas vai ser bom ver, no fim do dia, como no balanço das horas tudo pode mudar!
(ou não)
(não sei ser tão otimista assim)

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