quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Só uma observação...


Interrupção bem rápida nos posts da viagem, só pro que deve ser dito.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Na Saxônia, a cidade de Bach

Antes de começar a falar sobre Leipzig, preciso falar do caminho que nos levou até lá.

As estradas da Alemanha são realmente tudo que falam por aí.
Todo mundo corre loucamente, é um festival de carros lindos, novos e potentes.
O que é surpreendente mesmo é a educação deles no trânsito. Primeiro: não se ouve uma buzina!
Não que fosse o nosso caso (de maneira alguma), mas tem um monte de turistas perdidos nas ruas, andando devagar e esperando o gps falar qual é o próximo passo. Mesmo assim, ninguém buzina.
Todo mundo se mantém na faixa da direita, independente de quantas faixas a estrada tem. Cada um faz sua ultrapassagem e volta. Simples assim.
Outra coisa, como há muitos trechos em obras, muitas vezes a estrada fica reduzida a uma ou duas faixas apertadas. Mesmo assim todo mundo é muito civilizado. Ninguém tenta correr mais do que o outro e todos respeitam os limites de velocidade impostos (mesmo que você esteja a 180 km/h, na hora em que aparece a placa de 80km/h, todo mundo reduz).
Outra coisa que faz toda a diferença: a sinalização. Se o GPS morresse (como morreu várias vezes), a gente chegaria nos nossos destinos da mesma maneira.


Ok, isso esclarecido, vamos enfim para a chegada a Leipzig.
Nessa viagem testamos um esquema bem diferente: sem plano, sem hora, sem destino.
Não tínhamos hotéis reservados, nem roteiros definidos, certo? Então quando entrávamos na estrada, qualquer coisa poderia acontecer. Tudo no nosso ritmo.
Saímos cedo de Munique, com o carro cheinho de bagagem (agora éramos 3, a Lê estava conosco).
Logo quando pegamos a estrada, paramos num posto para encher o tanque. Lição número 1: aqui tudo funciona na base da confiança: primeiro você enche seu tanque, depois vai pagar lá dentro da lojinha.
Lição número 2: ao lado de cada bomba tem um balde com um rodinho pra cada um limpar seu parabrisa. A reação das meninas quando saíram do banheiro e me viram com o rodinho em mãos, fazendo o maior esforço pra não deixar nenhuma sujeirinha no vidro foi impagável. Pena que não tiramos fotos desse momento (nunca imaginei que ia me dar bem como frentista).

Os postos lá são muuuuito legais. Depois desse, paramos em um para almoçar que era super divertido! Vendia de tudo, de perfumaria até bebida (até licor de maconha).
Com todas nossas paradas e sem pressa nenhuma, acabamos chegando a Leipzig só no finzinho da tarde. Logo o gps nos mandou pro centro antigo e milagrosamente logo achamos um estacionamento pra largar "a máquina".

Leipzig é a cidade do Bach, para muitos, o maior músico que já existiu. Com a minha mãe pianista e outros pianistas passando pela minha vida, posso concordar com esse título.
Ninguém sabe muito bem onde Bach está enterrado (aqueles mistérios da história), mas na igreja de São Tomás tem uma lápide em sua homenagem. Infelizmente, quando cheguei lá a igreja já estava fechada...

Na praça da cidade estava rolando uma festa com música, bebida e comida. Como era sábado, estava cheio de gente na rua, uma delícia.
Andamos pela feira que cercava a festa, comemos um pão estranho que todo mundo estava comendo e fomos parar numa ruazinha cheia de gente, cheia de pubs e restaurantes. Sentamos na primeira mesa vazia que avistamos e ficamos lá batendo papo e tomando cerveja até a noite cair definitivamente.

O mais divertido de Leipzig é que não deve chegar muito brasileiro por lá, pois em cada lugar que passávamos, causávamos uma certa curiosidade de quem estava em volta: - afinal, que língua elas falam? - Teve gente que até veio perguntar, as caras de espanto eram incríveis! Nos divertimos com isso...

O que deu muito certo?
Chegar e largar o carro no estacionamento.
Estávamos perdendo muito tempo quando chegávamos numa cidade e íamos logo procurar hotel. Em Leipzig só fomos procurar o hotel lá pela meia-noite, depois que já tínhamos visto e andado tudo que queríamos. Assim conseguimos aproveitar mais.


O que deu muito errado?
Não ter chegado a tempo para ver a Igreja de São Tomás nem o Museu Bach.

Nota para a próxima viagem
Não acreditar tanto no gps quando ele sugere um hotel um pouco mais afastado...
Fomos parar num lugar muuuuuito assustador, cheio de fog e campos abertos (pra quem lê Twilight como eu, um lugar onde facilmente encontraríamos lobisomens e vampiros).
Ok, era um best western que estava lá no meio. Mas a chegada lá foi muito bizarra, assim como a decoração do quarto, que devia datar da época do Iluminado!

Atendendo ao pedido feito no comentário da Lê, aí está a estampa inspiradora!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Berlim, a cidade do futuro

Bom, já que eu comecei a escrever pelo final, vou continuar nessa ordem anti-cronológica, meu TOC não me permite mudar de ideia a essa altura do campeonato...

Cheguei a Berlim dirigindo, encantada com as estradas alemãs e ainda não muito conformada sobre ter que ficar na pista lenta quando dirigindo a 140 km/h.

De cara já percebi que aquela capital seria diferente de todas as outras...
Uma cidade que foi a sede de um governo traumático, que foi destruída pela guerra, depois dividida e governada por quatro países diferentes ao mesmo tempo... Eu esperava uma cidade triste, arrasada, cheia de recordações dolorosas, destroços e só.
Felizmente, eu estava muito errada!
As recordações? Elas estão lá, sim, mas como cicatrizes, como propulsoras no plano de criar uma cidade perfeita.

Nosso hotel era muito perto do Checkpoint Charlie. Foi por lá que começamos a explorar.
Logo vimos no chão a marca por onde passava o muro, e nas paredes as fotos de como era a região no passado. Ao passar em frente ao museu, alguns arrepios ao ver pedaços do muro e um aperto no coração vendo a foto de um soldado americano passando um chocolate entre as grades para uma criança do lado soviético.
De lá saímos andando, porém um vento violento encerrou nossos planos do dia. Entramos num shopping e nos entregamos à combinação clássica que desde Munique estava fazendo nossa alegria diária: Wurst, Kartoffeln und Bier.

No dia seguinte pegamos um daqueles ônibus turísticos, que levam a todos pontos importantes e turísticos. Aí sim eu posso dizer: Berlim é uma cidade especial! Ela passa uma energia diferente, algo que até agora não consigo definir, mas que é facilmente perceptível. Uma impressão de liberdade, de novidade, de arte... tomou conta de mim. Tudo de bom.

Saí da primeira volta do ônibus boquiaberta. Não conseguia nem falar (só de lembrar me emociono). É tudo muito belo: a Catedral, o memorial do holocausto, o parlamento (que depois visitamos), o portão de Brandemburgo, a ilha dos museus, a embaixada britânica, a Kaiser William Memorial Church, as novas construções misturadas com as antigas, o zoológico, as avenidas lindas e largas e, como não poderia faltar para o meu delírio completo, a loja gigaaaaaaante KaDeWe (no quesito compras, preciso ressaltar que tem até uma Lafayette na cidade).

Um outro milagre aconteceu em Berlim: deixei de lado meu visual turistolândia/mendigolândia (um clássico da moda viagem) e saí arrumada pra rua. Deu vontade!


O que deu muito certo?
Fazer comprinhas na Lafayette Gourmet e no supermercado Kaiser's para preparar "o jantar" no hotel. Conseguimos economizar um pouquinho e ao mesmo tempo experimentávamos um monte de bobagens que descobríamos pelo caminho (queijos, salames, balinhas haribo, pães, bolachas, chocolates).
Não, realmente não eram as refeições mais saudáveis do mundo, mas para quem já estava comendo salsicha no café da manhã, acho que não ia fazer muita diferença. Além de tudo, sem essa "pesquisa" eu nunca descobriria que existe na Terra um Lindt que é horrível: blueberrie com lavanda (eu JURO que eu não vi que tinha lavanda escrito).


O que deu muito errado?
Nada deu errado, foi tudo muito perfeito! Até o dia que eu saí pra andar de vestido e bota deu certo (só porque eu achei um all star me esperando no meio do dia).
Fiquei meio frustrada só com uma coisa: não ter conseguido curtir a vida noturna de lá. Pelo que vi e senti da cidade, as pessoas de lá devem ser muito interessantes! Mas como havíamos acabado de sair da Oktoberfest, ainda estávamos um pouco de ressaca e acabamos deixando esse programa para a próxima vez...

Nota para a próxima viagem:
Pelo menos uma semana em Berlim. Pelo menos!


PS: Para quem ainda não viu, o álbum de fotos está aqui.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

London, London

Bom, começando pela última cidade, que está mais fresquinha na lembrança.

Nossa chegada em Londres foi um tanto conturbada, porque chegamos num dia bem clássico londrino: bem cinza e chuvoso.

O caminho pro hotel, no entanto, foi ótimo. Passamos pela Harrods, pelo Hyde Park, vi um monte de cabines telefônicas e ônibus double deck. De longe, no fim da rua, ainda deu pra ver o Big Ben e a London Eye. Ah, e senti aquele desespero clássico ao notar todo mundo dirigindo, virando e ultrapassando do lado errado da rua, que aflição!

Minha primeira compra foi um guarda-chuva bem turistolândia, escrito I LOVE LONDON, em pleno Picadilly! Em meio a mil guarda-chuvas e turistas, não consegui nem ver direito os luminosos e quase fui atropelada mil vezes até aprender a obedecer religiosamente o sinal de pedestres e descobrir que a dica de pra que lado olhar estava lá o tempo todo!

Só parou de chover no comecinho da noite, deu tempo pra sair e dar uma olhada na cidade pela Hungerford Bridge. Caiu meu queixo pela primeira vez. Com céu cinza e tudo.


No dia seguinte, ao caminhar e observar, tive minha primeira impressão sobre a cidade: ela é hostil. As pessoas que circulam estão num vale tudo insano pra sobreviver. Ninguém se olha muito, ninguém para pra admirar, muito pouca gente sorri e muita gente se esbarra no caminho. Todo mundo está muito determinado. E ninguém tem muito tempo a perder.

Com o passar dos dias, fui presenteada com algumas boas surpresas que adoçaram meu olhar:
- há muitas pessoas simpáticas e carinhosas (eu adoro ser chamada de darling),
- tem muita gente bonita,
- os bons pubs se escondiam bem atrás do meu hotel (em ruas minúsculas, escondidas),
- a troca da guarda é emocionante (e é muito surpreendente vê-los tocando ABBA e O Fantasma da Ópera),
- o Tate e a Saatchi Gallery são lugares pra perder muitas horas,
- a feira de Portobello é uma bagunça deliciosa, assim como Covent Garden no fim-de-semana,
- a Oxford Street é pra gastar sola de sapato, enquanto a Harrods é pra encantar os olhos.

Mesmo cansada pra caramba, me deixei levar pelo ritmo meio frenético da cidade e acabei enxergando o encanto por trás daquela primeira impressão tão dura.

Já estou planejando a próxima visita, afinal de contas deixei minha amiga amada lá (numa cena de soluços que nunca vou esquecer).

O que deu muito certo?
O jantar no Gordon Ramsey at Claridge's. Desde o esquema da reserva online, tudo perfeito! Tomei um bloody mary incrível e a comida me deixou andando nas nuvens, desde o pão (de azeitona e cebola) até a sobremesa (brulée de canela com sorvete de pera).
Infelizmente, o prato que eu sempre quis provar (e que derruba todos os pupilos do Gordon), o Beef Wellington, tinha acabado. Pedi um trio de cordeiro que me fez muito feliz. Se aquilo não for pecado, não sei o que é!


O que deu muito errado?
O Hotel Citadines. Pela localização é até injusto que eu diga que deu muito errado, porque ele era perto de tudo, próximo a Trafalgar Square e fácil de chegar em duas estações de metrô e inúmeras paradas de ônibus. Tudo isso tinha só uma leve pegadinha: como o Citadines é um flat, eles não vêem necessidade em arrumar o quarto todos os dias, apenas uma vez por semana. Ok, o apartamento foi apelidado de cafofo e seguimos rindo da bagunça.

Nota para a próxima viagem:
Londres deve ser a primeira parada!

Home, sweet home!

Bom, finalmente em casa!
Ufa... como estava cansada! Nos últimos dias de viagem, comecei a entrar na falência total: dinheiro acabando, pés doendo, joelho falhando, uma alergia nova a cada dia, curto circuito mental, sono crônico, intolerância culinária, etc e tals...

Hoje faz exatamente uma semana que cheguei na minha linda casinha! Ainda tenho um pouquinho de alergias e um pouco de sono atrasado, mas já estou quase 100%! Não há chatice que resista a um abraço de pai no aeroporto, à comida da mamãe, à minha cama deliciosa e aos meus travesseiros deliciosos. Isso sem contar o poder reparador que tem o reencontro com os amigos, com as baladas, com as besteiras, com as músicas, com as loucuras (capítulo especial essa semana).

Obviamente eu pretendo escrever de todos os lugares que fui, mas não estou em condições de fazer muitas promessas, afinal de contas a partir da semana que vem começo mais uma temporada de estudo.

Antes de tudo, vou dar mais uma olhada nas fotos, dar uma arrumada básica nas que ficaram estranhas e tals... Mas volto logo logo.

See you soon!