terça-feira, 17 de abril de 2012

Croniquinha

Não sou muito de republicar, normalmente venho aqui pra falar minhas próprias palavras.
Mas nesses dias amargos, vale um Paulo Coelho pra amenizar...

Tentando controlar a alma

Muitas vezes achamos que podemos controlar o amor. E, neste momento, nos surpreendemos fazendo uma pergunta complemente inútil: “será que vale mesmo a pena?”
O amor não respeita esta pergunta. O amor não se deixa avaliar como uma mercadoria. Um dos personagens da peça “A Boa Alma de Setzuan”, de Bertold Brecht, nos fala da verdadeira entrega:
“Quero estar junto da pessoa que amo.
Não quero saber quanto isto vai me custar.
Não quero saber se isto vai ser bom ou ruim para minha vida.
Não quero saber se esta pessoa me ama ou não.
Tudo que preciso, tudo que quero, é estar perto da pessoa que amo”.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Zona de conforto?


Será que é possível transformar a tristeza em zona de conforto?

Ultimamente não consigo me manter feliz por um período de tempo razoável.
Montanha russa. Entre acordar e dormir, passo por todos estados de espírito. Várias vezes.

Hoje acordei determinada a fazer um bom dia.
Lutei para que coisas pequenas não me derrubassem.
Venci as coisas pequenas e pessoas pequenas.

Mas aí tem as pessoas grandes. As questões grandes.
Veio uma rasteira, depois um empurrão.

Caí de novo. Tô me acostumando com o chão.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Quando o dia começa torto.


Fiz terapia por muito pouco tempo, mas lembro de uma dica da psicóloga que sempre pratiquei e sempre deu muito certo. Preocupada com as minhas mudanças bruscas de humor, ela me ensinou: quando perceber que o tempo fechou, volte um pouco no tempo e tente encontrar exatamente o momento da virada. Anote e reflita.

Pois então, ontem cheguei em casa sem um pingo da energia positiva que eu andava carregando nos últimos dias. Cheia de dúvidas, cheia de lágrimas, cheia de medos.

Durante a madrugada, todos os maus pensamentos que vivo driblando durante o dia foram trazidos à tona pelo inconsciente, em um sonho desagradável, dolorido, desconfortável.

Hoje acordei sem vontade de abrir os olhos. Sem vontade de sair da cama. Sem vontade de sair de casa.

Ok, era a hora de parar para o exercício: onde foi que o caminho entortou?
Seria somente a ressaca do sonho?
Seria resultado da aula de ontem, que acabou com as desventuras amorosas de Sophie Calle?
Seria só ansiedade pelo que está por vir? Impaciência?
Não sei. Não consegui apontar com exatidão.
Mas quando o dia começa assim, complica.

No banho, troquei shampoo por condicionador, derrubei a toalha no chão molhado e depois deixei cair a tampa do perfume em um "buraco negro" do banheiro.
Briguei com a minha mãe por uma coisa ridícula, quis chorar e sumir.
Escolhi para vestir uma calça que está apertando minha coxa e estrangulando a batata da perna.
Às 10 da manhã eu já tinha furado o regime, fumado dois cigarros, tomado coca zero (tudo proibido).
No caminho para o trabalho, levei pelo menos umas três fechadas, tocou a pior banda do mundo no rádio, esqueci os óculos escuros e tá um sol do inferno. O cinto de segurança amassou minha blusa bem na barriga, criando aquele destaque desnecessário. No caminho pro escritório, pisei com a sapatilha de pano numa poça d'água.
Tá difícil acreditar que possa melhorar.

Eu comecei a escrever aqui achando que era impossível.

Mas aí vejo no Facebook o lançamento da música nova da Rita Lee. Ouvi. Sorri.

Pensando agora em nem publicar esse post.

Mas vai ser bom ver, no fim do dia, como no balanço das horas tudo pode mudar!
(ou não)
(não sei ser tão otimista assim)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Duduca

Ainda não consigo falar desse assunto.
Minha cachorrinha partiu e não tem um dia que eu não sinta a falta dela.
Mal consigo falar o nome sem provocar uma lágrima.
Ah, Yellow, demorei tantos anos pra enfim ter você comigo... Você, perfeitinha, engraçadinha, docinha.
Foram uns 20 anos esperando, 12 curtindo com você e agora 5 meses de saudade. Parece que faz mais tempo, tamanha falta.
Quero um carinho na madrugada e não consigo.
Eu vou assaltar a geladeira à noite e não tenho mais testemunha.
Chego em casa e não tem mais festa.
Quero andar e não tenho companhia.
Quero brincar e não te encontro.
Quero aquele amor incondicional e não tenho.
Queria você de volta.
Queria tanto...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Roma?

É raro eu falar que não gostei de algum lugar que conheci.
Mesmo as cidades minúsculas, mesmo as cidades bagunçadas, mesmo aquelas em que só dei uma passada, sempre consigo identificar alguma coisa positiva, guardar afeto e vontade de voltar.

Roma é a exceção.

Me deixou com uma cicatriz de um tombo.
E só lembro da falta de calçadas.
Das pessoas grossas.
Do trânsito caótico.
E das multidões de turistas andando pra cima e pra baixo.



Mas não posso negar. É bellissima.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Le Déjeneur sur l´Herbe

As aulas de História da Arte foram um prazer.
A professora, uma figura inesquecível.
Fazer o trabalho foi uma diversão.
Minha foto ficou exatamente como eu queria.
E saber que essa foi minha primeira nota 10 da Pós me faz muito feliz!



Eu já estava imersa no mundo de Monet, passeando entre seus jardins em Giverny e recordando as aulas de História da Arte quando me deparei com essa cena tão discutida em sala de aula. Era um almoço na relva moderno, sem cavalheiros bem vestidos, sem jovens nuas, mas com uma formação familiar bem contemporânea que já não nos causa mais choque: a mãe, o filho e as babás.



A obra de Manet, “O Almoço na Relva”, recusada pelo Salão Oficial, foi apresentada no Salão dos Recusados de 1863. Retratando quatro figuras em um ambiente bucólico, uma mulher nua sentada sobre a relva junto a dois cavalheiros e, ao fundo, isolada, outra mulher, Manet desenvolveu uma composição que acentuava o efeito de profundidade, isolando três elementos fundamentais: no primeiro plano, uma natureza morta de colorido intenso; em seguida os três personagens sentados; por fim, ao fundo, um conjunto de elementos vegetais que cortavam a perspectiva e um riacho onde a segunda jovem se banhava.

Outro elemento a ser destacado é o olhar direto e desafiador da mulher nua para o espectador. No caso da fotografia, o olhar vem, não intencionalmente, do menino que reparou na presença da câmera.

O quadro causou sensação quando exposto e foi hostilizado pela crítica, que dizia que Manet deveria aprender a pintar em vez de procurar a fama através do escândalo. Segundo Napoleão Bonaparte, seria “uma afronta ao decoro”. Não foi reconhecida pela crítica a alusão de Manet aos elementos e composições de outras obras de arte clássicas, como o Concerto Campestre de Giorgione e o Julgamento de Páris, de Raimondi.

O que mais me encanta nas obras de Manet é justamente o uso dos elementos clássicos sem a obrigatoriedade da erudição. O Almoço sobre a relva, mesmo cercado de discussões, consegue transmitir um ambiente de paz e tranquilidade, que vemos refletido também na minha fotografia. É um conforto saber que ainda existem momentos assim, não é?


Giverny? Amanhã? Vamos?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Adele

Essa também cai bem:



No, there's nothing that I wouldn't do to make you feel my love...

Inspiração

Pois é... depois de longo, tenebroso e rigoroso inverno de sentimento, eis-me aqui, sorrindo pra tudo, sorrindo pra vida, sorrindo pro amor. Estranho, né? Mal me reconheço.

Milagre? Destino? Acaso?
Não sei... Acho que é melhor deixar sem explicação, sem razão, sem nome, sem limite.

Sei que encontrei uma inspiração. Uma inspiração que não vem do sofrer, que não vem das lágrimas, que não vem de noites solitárias em claro... Vem da paixão.

Uma inspiração inédita. Que de tão surpreendente, inspirou minha vida como um todo: mudou meus planos amargos e minha cara amarrada. Sumiu com meu medo da noite, com meu mau humor da manhã. Aniquilou a minha amargura. Me fez melhor. Me faz feliz. Me faz acreditar nos dias felizes. Me faz acreditar.

Me faz querer morar pra sempre num abraço.
Me ensina a parar o tempo em um beijo.
Me inebria com seu perfume.
Me faz sorrir, rir, gargalhar.
Me emociona com as palavras mais doces.
Me entende num olhar.
Me delicia.

Exagero? Pode ser... Eu sempre fui mesmo exagerada. Mas dessa vez não inventei um amor, não roubei rosas. Sei que ele está ali. Sinto como nunca senti. Uma certeza que às vezes apavora de tão certa.

A história é linda pra contar (um dia eu conto aqui). Mais linda ainda pra viver.

Hoje eu sei e ele sabe quanto amor nós guardamos.
Só tinha de ser com ele. Só tinha de ser comigo.
E, no que depender de mim, será.



Agora, além de escrito na minha testa, está escrito no meu blog.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Engraçado que até pouco tempo ele nem existia.
Agora quem quase não existe sem ele sou eu.

Preparem-se para posts melosos a seguir.
Ele saiu de férias e eu só vou pensar nisso pelos próximos vinte e tantos dias.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

#nowfeeling

O interessante é que há tempos não me sinto tão livre para ser eu mesma com alguém. Sem jogos, sem mentiras, sem querer ser o que não é.

O que é um pouco controverso é que eu me sinto tão dele que é como se sempre tivesse sido assim, como se o coração só estivesse esperando a chance de acontecer.


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sábado, 7 de maio de 2011

As nossas missões impossíveis

... Aí você acorda bem cedo no sábado, junta duas amigas e vai arrombar a porta do apartamento de uma terceira, perdida desde o fim da tarde de sexta.



A irmã da vítima, de férias em Miami, já não dorme. Provoca, coordena e acompanha em real time o andamento da missão.



Depois de interfonar sem resposta, você resolve ligar para a polícia, determinada e preocupada. É nessa hora que toca um outro telefone, e enfim a desaparecida aparece inteirinha, linda e loira, vestida e maquiada, porém sem bateria no celular.



Acabamos todas rindo e chorando na padaria da esquina, comemos um pão na chapa, tomamos uma coca gelada e segue o sábado.


Essa agora é mais uma das nossas histórias inesquecíveis, pro livro de loucuras que um dia a gente há de escrever.

É muito amor, minha gente! Muito!

terça-feira, 3 de maio de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

Conto

Era uma vez uma menina que vivia de lembranças. Um dia, porém, ela resolveu esquecer. Resolveu diminuir tudo que parecia tão grande, resolveu tirar o mistério dos acontecimentos e o romance da vida. No fim da noite, se juntou à amiga de infância e sentou numa lanchonete que há anos não frequentava. Entre as mesas vazias, discursou longamente sobre estar desacreditada do amor. Afirmou sem mentiras que estava bem assim. Estava realmente gostando do novo equilíbrio emocional. Então, entre um gole e outro, entre uma revelação e outra, entre uma besteira e outras tantas, seu olhar é atraído para a porta e ela pensa "esse seria meu tipo genérico". Em uma fração de segundo, ela percebe que não é um genérico qualquer, que é o original, o definitivo, aquele que nos últimos tempos mais se aproximou do que ela entende por amor. Sim, era ele. O que a encantou, conquistou, mudou os padrões (sem lembrar que também foi aquele por quem ela perdeu tantas lágrimas, aquele que ela procura em todas as pessoas, quase todos os dias). Prontamente ela se levantou, se jogou naquele abraço, lutando pra manter as pernas firmes, lutando pra não derreter ali mesmo, naqueles braços. Trocaram poucas palavras banais, alguns olhares e sorrisos. Ela voltou pro seu sofá, ele foi pra sua mesa. E no meio daquele vazio, no meio daquela madrugada, os sonhos todos voltaram. O coração pulou no peito e ela guardou as lágrimas para quando entrasse no carro. No caminho de casa ficou impossível não acreditar em mistério, em romance, em sinais. Ficou impossível não acreditar naquele amor tão palpável que pesava o ar. Abriu a janela e jogou fora todas aquelas teorias amargas, toda desesperança, toda decepção. E ao deitar a cabeça no travesseiro, sentiu de novo aquele perfume que ela conhecia tão bem. E sonhou.

Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

domingo, 20 de março de 2011

Sempre Clarice

Meu Deus, me dê a coragem

Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.

Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.

Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.

Clarice Lispector

sempre ela...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Quiroga

Hoje é um daqueles dias em que tenho certeza que o Quiroga mora aqui em casa.
Mais adequado impossível. Exatamente como estou me sentindo.

"Em muitos aspectos sua alma está sozinha nesta parte do caminho, não porque careça de companhia, mas porque ainda é difícil compartilhar com alguém a verdadeira natureza dos sentimentos processados intimamente."

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