domingo, 30 de agosto de 2009

Lisboa e meu sangue português

Eu sempre falo pras meninas que há 4 lugares no mundo para os quais eu nunca falo não: Lisboa, Paris, New York e Salvador.

Então, vou aproveitar que hoje minha queridíssima Gabi está indo de mala e cuia para uma temporada em Lisboa e falar sobre essa cidade que, além de ser linda, é umas das duas no mundo em que eu me imagino morando.
Fui pra lá pela primeira vez em 97, com meus pais. A chegada foi super traumática (acho que quase todo mundo já sabe dessa história, mas quem não sabe, imagina os efeitos de uma sopa de brócolis no vôo). Sei que por causa desse começo já achei que a viagem ia ser uma porcaria, além disso eu tinha só 18 anos, queria mais era saber de comprar roupa da Polo, tomar um pouco de sol e voltar cheia de histórias pra faculdade em agosto.
Como eu venho defendendo há tempos, o segredo da felicidade é a baixa expectativa, certo? Pois então, como eu não esperava nadica de nada, me APAIXONEI perdidamente por Portugal.
As ruas, as ladeiras, as pessoas, as palavras, o sotaque, a comida, tudo!
Nunca imaginei que meu sangue português pudesse se revelar com tanta força, mas foi o que aconteceu.

Chorei desesperadamente no dia em que cruzamos a fronteira para a Espanha, eu não queria de jeito nenhum ir embora dali.

Demorei quase 10 anos pra voltar, mas voltei.
Lisboa tem um charme, um encanto, que não consigo descrever...
Andar pela Av da Liberdade, naquele lindo parque Eduardo VII, nas ruas barulhentas do Comércio, no movimento do Bairro Alto, no Oceanário (onde o tempo pára), subir de bonde para olhar a cidade do Castelo de São Jorge, se perder nas escadinhas para voltar de lá, andar no El Corte Inglês, comprar de tudo no supermercado, curtir o fim de tarde nas Docas...


Isso sem falar na culinária portuguesa... Ah, que delícia!!! Os risotos, o bacalhau e os doces... Ai, pastel de Belém...


Mas o que eu mais gosto mesmo é de espirrar em Portugal
- Atchim!
- Santinha!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dia da Fotografia

Como eu fui parar nesse mundo, eu não sei.
Talvez estivesse, mais uma vez, seguindo uma paixão do meu pai.
Sempre foi uma das nossas piadas preferidas contar sobre o curso de fotografia que ele comprou pelo correio, pagou à vista e recebeu, de cara, até o diploma.
Mesmo assim, ele tirou fotos lindas. Tem uma da fazenda que é um clássico, admirada por todos.

Enfim... fui parar na Panamericana.
Descobri além de uma paixão, um dom. Não pensava em outra coisa, não queria mais nada.
Se não estivesse tão perto do fim da faculdade, talvez tivesse largado tudo.
Minha vida era direcionada para as 2as e 4as. Eu planejava, produzia, pesquisava, comia e bebia fotografia. E toda essa dedicação foi reconhecida lá, com prêmio, com exposição, com mérito. Orgulho.
E no fim a minha formatura na Panamericana foi muito mais gratificante e emocionante do que a formatura da ESPM, mas isso é uma história longa demais pra ser contada.
Depois de lá, resolvi "morar" no Senac. Mil cursos diferentes, muitos com o "mestre" Clício. Como era bom conseguir arrancar um elogio sequer dele... Que sensação!
Isso tudo sem contar o pessoal desse meio, sempre muito divertido, criativo, único, louco.
Adorava sentar pra bater papo com eles e ver surgirem as ideias mais malucas e extravagantes, inimagináveis!

A fotografia, ainda hoje, é minha paixão mais clara.
É minha atividade mais feliz.
É meu esforço predileto.

Já ouvi mil vezes que é nessa onda que eu deveria mergulhar. Sem medo. Sem ressalva.
Estou me preparando pra isso...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Carta para Daniela

Minha prima, amiga, irmã,

Poxa vida, parabéns é tão pouco perto do que eu quero te falar...

Parabéns pelo aniversário? Pela pessoa tão tão tão especial que é? Por ser uma filha tão boa? Uma tia tão gostosa? Uma sobrinha sempre presente? Uma prima perfeita?

Pouco, ainda é pouco...

E se eu falasse que você é "A" companheira ideal para uma noitada bem Neme,
para um passeio em Paris, com ou sem chuva,
para andanças sem fim em New York,
para ficar na beira da piscina no Sauípe, ou no Costão,
para chorar no show de Fado,
para planejar as viagens mais insanas,

para fazer planos mirabolantes,
para passear pelas casas dos tios e tias,
para causar ciúme nas primas (calma, Mirelle),
para me socorrer nos momentos de pânico,

para simplesmente sentar, tomar um café, bater papo e deixar o tempo passar...

Ainda é pouco...

Ainda não falei do amor que as minhas amigas "pegaram" por você. E do orgulho que sai da minha boca ao falar: só podia ser minha prima!
Ainda nem mencionei o bem que as suas visitas fazem para minha casa, para minha mãe, para o meu pai e até pra minha cachorrinha que se sente tão mi
mada com você por perto.

Seus olhos iluminam todo lugar em que você está.
Sua presença emana uma energia inconfundível, um alto-astral, um tudo-de-bom.

O que eu posso mesmo desejar é que o bem que você faz a todos nós retorne turbinado para você, todos os dias.

Te amo com todo aquele exagero Neme de ser.

Eu tenho que agradecer todos os dias. Minha família é um presente.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Todo dia é uma montanha russa....

Depois da viagem à Disney e daquele monte de montanhas russas deliciosas que eu e July fomos, começamos a especular quais seriam as características comuns de quem gosta dos tais brinquedos e de quem simplesmente não vê graça ou não se arrisca.
Bom, resumindo a história, acabamos associando nossas próprias vidas com as montanhas russas. Temos momentos de pânico, de ansiedade, de êxtase, de alegria, de loopings e de grandes quedas, grandes vazios.

Ultimamente, cada dia para mim é uma montanha russa, isso tem me irritado demais.
Começo o dia cheia de convicções, que se esvaem com o rodar do relógio.
Lá pelo meio-dia, já arrumei uma nova paixão pra me dedicar. Passo a tarde feliz, me entregando a uma nova ideia, que assim que o sol se põe, também se esconde e perde o sentido.
As noites têm sido sempre confusas. Não sei o que fazer, não sei pra onde ir.
As madrugadas então, são de loucura intensa. Tento colocar os pensamentos em ordem, as idéias no lugar, tento estabelecer prioridades. O sono nem ousa se apresentar diante de tal cenário.
Acho ridículos os questionamentos que tenho perante o futuro. Ridículos para a minha idade, ridículos para a minha situação, ridículos para o meu meio. Mas eles estão ali, me alfinetando a cada passo. Importunando.



Sim, eu gosto dos gritos e acho a excitação essencial, acho que a vida deve ser vivida com paixão.
Mas é pedir demais que, pelo menos por uma semana, a vida seja mais como aquele outro brinquedo, o It´s a small world, com um monte de bonequinhos coloridos cantando em harmonia?

It´s a small world after all, It´s a small world after all, It´s a small world after all...
It´s a small, small world...

domingo, 9 de agosto de 2009

Dia dos Pais

Bom, estou com esse post na cabeça a semana inteira, então acho que é recomendável parar tudo para colocá-lo pra fora. No dia certo.
Eu adoro dia dos pais, acho que é uma data que eu me prendo mais a agradecer do que a comemorar.
Meu pai é uma figura única. Tão única que eu duvido que alguém sofra mais tentativas de roubo de pai do que eu. São primos, primas, médicas, fisioterapeutas, funcionários, conhecidos... Todos querendo ter um pouquinho desse pai também.
Duvido que alguém tenha ouvido tanto quanto eu a frase "seu pai é um pai pra mim". Sim, ele é assim. Ele acolhe com aqueles braços confortadores, conquista com aqueles olhos azuis e assim, quando menos se espera, você já está sob o seu encanto. Ele é irresistível. Apaixonante.
Eu passaria dias descrevendo as tantas qualidades que eu vejo nele e mesmo assim não teria falado tudo. Então, vou só falar algumas particularidades, daquelas que o tornam tão especial...
Só vi meu pai bravo umas três vezes durante toda a minha vida. Duas comigo. Foram o suficiente pra eu me manter na linha esse tempo todo (a segunda e última foi quando eu tinha 17 anos). Isso é respeito...
Ele é um homem que não odeia ninguém. Que não perde a paciência, que não grita, que não despreza. Só o ouvi falando palavrão pouquíssimas vezes.
É simplesmente impossível falar não para ele. Sou escrava daqueles olhos e daquela voz. Sempre fui. Ele também quase nunca falou não para mim... Então estamos quites, acredito.
Ele sempre foi minha segurança, meu exemplo.
Se é verdade o que dizem que em outro plano somos nós quem escolhemos nossos pais, tá aí a minha melhor escolha, não podia ter sido mais perfeita.


Tinha muito mais pra escrever, mas não dá... o nó na garganta não me permite.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Por quê?

Por que é cada vez mais difícil acreditar e mais fácil desistir?

Por que a vida não é mais como os contos de fada, que as princesas têm um certo tempo de sofrimento definido e depois dá tudo certo?

Por que qualquer tropeço vira um tombo e machuca?


Ai que saco! Tô cansada!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Neruda

Acho que nunca postei isso aqui...
Mesmo que sim, ainda vale a repetição:

Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Pablo Neruda

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Eu respeito!

Olha, pra variar hoje o post é daqueles bem rapidinhos, mas não posso deixar de expressar, nesse momento de puro desespero, a minha MAIOR ADMIRAÇÃO pelos meus leitores/as advogados/as.


Entre as 18 matérias que preciso ter na ponta da língua daqui a 16 dias, 7 são Direitos! E são exatamente as 7 que me tiram o sono...
Contabilidade avançada virou diversão!
Levo na boa todas as pegadinhas de Português.
Tenho a maior paciência com todas as outras matérias, mas os Direitos me tiram do sérioooooooo!!!!
Por isso tiro o chapéu para vocês, advogados! Parabéns, gente de coragem que vê sentido nisso tudo. Eu sou artista, não vejo lógica em nada!
Aliás... era pra ver?
Besitos desesperados...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Só um oi

Mais um posto rapidinho, escrito em meio ao tédio de uma aula inútil...
Pelo menos dessa vez trago boas notícias: já tenho uma data pro fim desse carnaval: 16 de agosto! Ufa! Pouquinho mais de um mês...
Quem quiser rezar, torcer ou mandar aqueeeeela energia positiva, eu agradeço!
E quem quiser mandar zica, cuidado que o meu santo é forte e manda tudo de volta! Hahahaha!

Sei que esses últimos tempos têm sido uma loucura.
Tendo aula aos sábados, domingos e feriados, sinto como se estivesse numa grande semana sem fim, que de algum jeito me lembra daquele filme do dia da marmota.
Criei uns hábitos estranhos, de dormir com livros. Criei dois calos de tanto escrever. Criei uns quilinhos nervosos. Descolei uns amigos divertidos. Descobri que não sei enganar como nerd.

Enquanto isso, as pessoas aqui da classe enlouquecem. Cada um reage de forma diferente ao stress e à pressão.
Até eu, que costumo ser pacífica, quase arrumei encrenca no sábado, com um daqueles irritantes sabichões, que apelidamos carinhosamente de "Eu nasci há dez mil anos atrás", porque não tem nada nesse mundo que ele não saiba demais!

Posso dizer que estou (quase sempre) no pique pra essa prova. Quando beiro a loucura, alguém sempre me dá um conselho pra me trazer de volta.
Já estou pegando as manhas para as provas seguintes, curtindo na medida do possível, descarregando todas energias no sábado a noite e louquinha de vontade de tirar aqueeeeelas férias e ir visitar a Lelê em Londres (ainda mais porque todo mundo que me conhece aposta que eu vou adorar a cidade, além de tudo).

Então, enquanto esse professor de Auditoria está nesse blablabla sem fim (e eu me sentindo o Charlie Brown), vou finalmente escrever o post do abraço, que já está na minha cabeça há um tempinho. Logo logo ele aparece aqui!

Té mais!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Os melhores dias...

Juro que eu queria ter todo tempo do mundo para escrever posts e mais posts de cada um desses dias.

Todos especiais.
Todos inesquecíveis.



Au revoir...

Trocando alhos por bugalhos

Poxa, ando relapsa mesmo com a minha querida Karenlândia...
Já tenho um monte de idéias guardadas nas últimas páginas dos cadernos, e em breve elas vão pintar por aqui! Pouco a pouco elas tomam forma...
Ultimamente, sinto como se tivesse abandonado minhas paixões, mas é necessário. Não há muito que fazer, reclamar, lutar.
O link do blogger aqui no speed dial, me chama todos os dias. Eu faço a maior força pra ignorar.
Minhas gramáticas de francês me paqueram todos as noites, querendo brincar.
Minha tv está cheia de gravações, episódios e filmes só esperando minha atenção.
Tenho um Guitar Hero fechadinho me tentando a toda hora.
Mas, só tenho me dedicado mesmo aos travesseiros e às apostilas (alguns dias mais aos primeiros, alguns dias só aos segundos). Tem sido difícil sair dessa rotina.
Troquei minhas noites de insônia por um sono pesado e regrado.
Troquei meus sábados de farra por uma sala de aula das 9 às 18.
Troquei a ressaca moral clássica dos domingos por uma ressaca mental, intelectual.

Hoje, com esse tempo geladinho, o ócio me chamou e eu não fiz charme.
Passei a tarde vendo filmes (horríveis, como O Albergue), lendo meu novo livro nada light (Os Diários da Heroína, recomendadíssimo até agora) e vendo programas comoventes no People & Arts e semelhantes.
Durante aquelas dicas do intervalo, quando eu estava quase pegando no sono, veio aquela dica de curtir os momentos felizes. São tão poucos, tão raros, tão rápidos...
E daí veio a idéia do próximo post.
Estou separando alguns melhores momentos.
E, como eu já perdi a tarde mesmo, acho que vou fazer um filminho.

Até breve.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Cole Porter

Hoje é só uma música rápida, um sentimento claro.

You'd be so nice to come home to

You'd be so nice to come home to
You'd be so nice by the fire
While the breeze on high sang a lullaby
You'd be all that I could desire

Under stars chilled by the winter
Under an August moon burning above
You'd be so nice, you'd be paradise
To come home to and love

Under stars chilled by the winter
Under an August moon burning above
You'd be so nice, you'd be paradise
To come home to and love

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Dia de Chico Buarque

Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor...

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água...

*

domingo, 17 de maio de 2009

Rapidinha

Antes de tudo preciso falar que sim, eu sei que estou super em falta com o blog.
Infelizmente, isso decorre de um exercício que eu preciso praticar, mesmo com que com muita dificuldade: a disciplina.
As ideias não param de brotar e a vontade de escrever surge frequentemente. Mas a disponibilidade de tempo não as acompanha.
Eu sei que se sento aqui na frente do computador passo horas.
Começo a escrever no blog, dou uma passada rápida nos blogs amigos, olho twitter, facebook, orkut... e quando eu vejo já estou photoshopando com toda calma do mundo, ouvindo músicas, descobrindo clipes, assistindo séries.... E a tarde/ noite/ madrugada passou.
Para mim, passa mesmo sem perceber.
Não há como evitar a culpa depois, então é prudente tentar cortar todos causadores pela raiz.
Escrevo agora no intervalo da aula, num bloquinho antigo, com a letra apertada e o texto cheio de rasuras. Mas é necessário. Faz parte de mim. Faz bem.
Tenho aqui nas últimas folhas mil ideias de textos para desenvolver. Espero que não acabem no esquecimento, que não se percam.
Espero que em breve essa maratona desumana de estudar de 2a a 2a renda os frutos esperados e me leve para um novo tempo, em que haja pelo menos um espacinho do dia pra me dedicar às atividades que eu amo.
Hoje é domingo, dia depressivo por natureza.
Está frio.
A vontade que impera é de voltar para a minha cama quentinha, minha tv de 42'' e meu edredom sempre convidativo.
Mil coisas passam na minha cabeça enquanto o professor tenta inutilmente me chamar para ajudar com as contas a resolver.
Tenho sonhos insistentemente recorrentes que me perturbam.
Quando permito que minha imaginação voe, ela vai sempre pro mesmo lugar. Lugar distante, não só no espaço, mas principalmente em tempo.
Pra fugir da angústia, me policio incessantemente.
Mesmo quando toca aquela música na rádio, quando passa aquele carro na rua, quando vem o perfume na memória, quando aparece a lembrança de uma palavra doce...
Sou resistente.
Quero ser durona "quando eu crescer".
Aquela rotina militar do dia-a-dia poderia bem se aplicar à esfera emocional.
Mas é impossível ser racional demais. Ainda mais quando seu livro de cabeceira é Nélson Rodrigues...
É impossível amar e ser feliz ao mesmo tempo

Por enquanto é isso.

domingo, 3 de maio de 2009

Sobre o futebol...


Antes de tudo, eu nasci corinthiana.
Meu pai é corinthiano fanático. Meus dias, principalmente os domingos, sempre foram planejados de acordo com os horários de jogo do Timão. O humor da casa sempre dependeu desses resultados. Quando não do meu pai, dos namorados.
Tive minha fase sãopaulina por um motivo essencial: não ter MAIS um motivo pra brigar com meu padrinho, que adorava pegar no meu pé. Troquei de time lá pelos 15, pra evitar conflito mesmo! Porque só quem conhece o Fernandão sabe como ele podia ser irritante/ insistente/ briguento com esse assunto.
Passei bastante tempo assim. Torce um monte pro São Paulo e parei no dia em que chorei porque o time perdeu. Achei que já estava exagerando e me retirei. Fiquei acompanhando beeeeem de longe o que acontecia nesse mundo, mas sem participar ativamente.
Nunca briguei com os amigos. Nunca fui provocar. Nunca entrei em discussões.
E nunca pude torcer contra o Todo Poderoso Timão, já que a felicidade do meu pai, minha paixão mais absoluta, dependia das vitórias.
Há um tempinho atrás, com a volta do Ronaldo, tive que render mais um pedacinho do meu coração. Afinal de contas, adoro uma história de volta por cima. E adoro ainda mais um jogador que aparece, gordinho, com um cigarro em uma mão e uma cerveja na outra, passeando de iate nas praias de Ibiza. You gotta love him!
Agora, a piece de resistance foi há mais ou menos um mês atrás, quando fui com os corinthianos roxos Jonas e Rê e com a também (ex) sãopaulina Ju ao jogo Corinthians e Santos.
Eu nunca tinha ido ao estádio em jogo grande.
Eu nunca tinha visto uma torcida cantar, pular, gritar, xingar.
É irresistível. Simplesmente irresistível.
Quando me vi, já estava lá gritando também, xingando o bandeirinha, vibrando com os gols.
Ali eu já sabia. A corinthiana em mim estava de volta, não adiantava mais tentar esconder!
Por isso hoje, final de campeonato, lá estava eu! Além dos companheiros anteriores, ainda se juntaram ao grupo minha marida Paula (fanática sempre), nosso segredinho Alê e as lindas Rud e Gabi.
Foi uma delícia.
É uma delícia chegar na Vilaboim, normalmente cheia de arrumadinhos, e ver aquele monte de gente uniformizada cantando, gritando, buzinando.
É bom escolher o melhor lugar pra sentar, pegar as bandeirinhas e assistir ao estádio enchendo de gente, de bandeiras enormes, de crianças felizes, de fanáticos preocupados.
Não tem preço cantar com aquelas mil vozes, sentir aquela energia louca, xingar o juiz, roer as unhas, apertar a mão, coçar a cabeça, olhar pro céu em desespero. Tudo coletivo.
E a hora do gol? Pular, gritar, abraçar, rir com alívio.
Gritar "é campeão" no fim do jogo, sair pulando pela rua, gritar em toda esquina.
Muito muito muito bom.
Por isso hoje eu posso dizer que sou do bando de loucos mesmo.
E estou adorando.
O Timão voltou. E eu também voltei.

Vai Corinthians!