terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Oktoberfest, a minha tradição!

Pois é... quando eu saí de Munique o ano passado, brinquei com todo mundo que estava topando convites pra voltar em 2009, mas meio descrente que isso fosse realmente acontecer.

Quando comecei a planejar a viagem com a Dani, de cara ela sugeriu a Alemanha, um país que ela ainda não conhecia (e pra quem conhece a Dani sabe como isso é raro). Daí pra Munique e pra Oktoberfest foi um milésimo de segundo!

Então, a chegada em Munique foi mais uma daquelas complicadas... A rua já estava lotada de gente, aquele monte de "alemões e alemoas" vestidinhos bonitinhos a caminho da festa.
Conseguimos achar nosso hotel com facilidade, o que foi difícil foi achar uma vaga pra "máquina" no estacionamento (era um mini Iguatemi, quase tive um ataque claustrofóbico). Finalmente, no 6o. e último andar, rolou uma vaguinha... Ufa!

No check in no hotel, mais uma surpresa: devido a ameaças terroristas, teríamos que abrir a mala para um segurança checar.
Gente, era uma mala já de 10 dias... tava beeeem bagunçada, com roupas íntimas voando pra todos os lados! Mas, vamos lá... Segurança é segurança, certo?
Aí veio o momento segurar o riso histérico: o senhor responsável pela revista, muito sério e compenetrado, simplesmente colocava a mão por cima da mala aberta e fechava os olhos... Uma coisa meio Medium, meio Dead Zone, meio sobrenatural. Eu, fazendo mil piadinhas pra disfarçar o costrangimento daquela bagunça generalizada e ele maior concentrado... Medo!

Corremos pro quarto, nos arrumamos rapidinho e saímos ansiosas pra festejar.
Chegando na festa, caminhamos um pouco pelo lado de fora, olhamos as barracas e rimos com os trajes típicos. Logo depois, o desbunde: entramos no primeiro galpão.
A sensação é indescritível! Aquela grandeza, a música, a luz, as garçonetes passando carregando várias canecas ao mesmo tempo, as pessoas subindo nos bancos pra dançar, os brindes... e a melhor lembrança: aquele cheeeeeiro de cerveja!
(((Preciso deixar claro que eu odeio cerveja em qualquer outra situação, ok? Mas lá eu amo com todas minhas forças.)))

Sei que ficamos andando por todos os galpões, uma caneca em cada um. Descobrimos o que tocava menos música alemã e ficamos por lá. Aliás, aqui cabe um parênteses: eles têm loucura por duas músicas já meio passadinhas: Hey Baby e Angel, do Robbie Willians. Tocam em TODOS os galpões, a toda hora... impressionante!

O ponto alto, além do tradicional Ein Prosit (em que todo mundo levanta a caneca e brinda como se não houvesse amanhã), era uma música que eu achei que NUNCA fosse conseguir encontrar, mas consegui! Chama So a Schoner Tag. Eles fazem umas dancinhas muito engraçadas (como a gente no Na Mata), me matei de rir lá e estou me matando de novo agora. Pior que gruda na cabeça e cantar em alemão ainda não está entre as minhas habilidades!

No segundo dia de Munique, tínhamos o grande compromisso: ir buscar a Helena no aeroporto.
Então de manhã, demos umas voltas pelo centro da cidade, vimos o tal do espetáculo da Marienplatz, o Glockenspiel. O centro lá é lindo, várias lojas legais e ruas só para pedestres.


Depois de uma passada básica na Theresienwiese (a "praça" da Oktober), compramos um tíquete de metrô que nos dava direito a várias viagens e fomos até o aeroporto.
Desnecessário comentar limpeza, organização e pontualidade do transporte público, né?
Então tá...

O capítulo da chegada da Lê e dos dias seguintes fica pra próxima.
Vale um post especial, de qualquer maneira...

O que deu muito certo?
A dieta alemã. Eu provei que posso viver com base em 4 ingredientes essenciais: salsicha, cerveja, batata e mostarda. Juro. Desde o café da manhã. Funciona que é uma maravilha. (E, por favor, aquela alergia violenta que eu tive dias depois não teve nada a ver com isso, tá?)
O frango assado da Oktober também é um arraso; o pretzel que combina perfeitamente com a cerveja, um sonho; os sanduíches das mais diversas salsichas, inesquecíveis.


O que deu muito errado?
Não ter feito reserva para os galpões. Como era o último final de semana, a festa estava lotadíssima. No último dia, inclusive, as portas dos galpões se fecharam às 16 horas e não entrava mais ninguém. Tivemos que ficar tomando cerveja do lado de fora mesmo.

Nota para a próxima viagem (em 2010, certeza)
Na verdade são duas:
- Ir mais pro começo da Oktober, como em 2008. Dá pra curtir com mais tranquilidade.
- Levar um vestido típico de alemã, ou comprar um lá. Acho que eu ia ficar maior simpática com ele!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Só uma observação...


Interrupção bem rápida nos posts da viagem, só pro que deve ser dito.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Na Saxônia, a cidade de Bach

Antes de começar a falar sobre Leipzig, preciso falar do caminho que nos levou até lá.

As estradas da Alemanha são realmente tudo que falam por aí.
Todo mundo corre loucamente, é um festival de carros lindos, novos e potentes.
O que é surpreendente mesmo é a educação deles no trânsito. Primeiro: não se ouve uma buzina!
Não que fosse o nosso caso (de maneira alguma), mas tem um monte de turistas perdidos nas ruas, andando devagar e esperando o gps falar qual é o próximo passo. Mesmo assim, ninguém buzina.
Todo mundo se mantém na faixa da direita, independente de quantas faixas a estrada tem. Cada um faz sua ultrapassagem e volta. Simples assim.
Outra coisa, como há muitos trechos em obras, muitas vezes a estrada fica reduzida a uma ou duas faixas apertadas. Mesmo assim todo mundo é muito civilizado. Ninguém tenta correr mais do que o outro e todos respeitam os limites de velocidade impostos (mesmo que você esteja a 180 km/h, na hora em que aparece a placa de 80km/h, todo mundo reduz).
Outra coisa que faz toda a diferença: a sinalização. Se o GPS morresse (como morreu várias vezes), a gente chegaria nos nossos destinos da mesma maneira.


Ok, isso esclarecido, vamos enfim para a chegada a Leipzig.
Nessa viagem testamos um esquema bem diferente: sem plano, sem hora, sem destino.
Não tínhamos hotéis reservados, nem roteiros definidos, certo? Então quando entrávamos na estrada, qualquer coisa poderia acontecer. Tudo no nosso ritmo.
Saímos cedo de Munique, com o carro cheinho de bagagem (agora éramos 3, a Lê estava conosco).
Logo quando pegamos a estrada, paramos num posto para encher o tanque. Lição número 1: aqui tudo funciona na base da confiança: primeiro você enche seu tanque, depois vai pagar lá dentro da lojinha.
Lição número 2: ao lado de cada bomba tem um balde com um rodinho pra cada um limpar seu parabrisa. A reação das meninas quando saíram do banheiro e me viram com o rodinho em mãos, fazendo o maior esforço pra não deixar nenhuma sujeirinha no vidro foi impagável. Pena que não tiramos fotos desse momento (nunca imaginei que ia me dar bem como frentista).

Os postos lá são muuuuito legais. Depois desse, paramos em um para almoçar que era super divertido! Vendia de tudo, de perfumaria até bebida (até licor de maconha).
Com todas nossas paradas e sem pressa nenhuma, acabamos chegando a Leipzig só no finzinho da tarde. Logo o gps nos mandou pro centro antigo e milagrosamente logo achamos um estacionamento pra largar "a máquina".

Leipzig é a cidade do Bach, para muitos, o maior músico que já existiu. Com a minha mãe pianista e outros pianistas passando pela minha vida, posso concordar com esse título.
Ninguém sabe muito bem onde Bach está enterrado (aqueles mistérios da história), mas na igreja de São Tomás tem uma lápide em sua homenagem. Infelizmente, quando cheguei lá a igreja já estava fechada...

Na praça da cidade estava rolando uma festa com música, bebida e comida. Como era sábado, estava cheio de gente na rua, uma delícia.
Andamos pela feira que cercava a festa, comemos um pão estranho que todo mundo estava comendo e fomos parar numa ruazinha cheia de gente, cheia de pubs e restaurantes. Sentamos na primeira mesa vazia que avistamos e ficamos lá batendo papo e tomando cerveja até a noite cair definitivamente.

O mais divertido de Leipzig é que não deve chegar muito brasileiro por lá, pois em cada lugar que passávamos, causávamos uma certa curiosidade de quem estava em volta: - afinal, que língua elas falam? - Teve gente que até veio perguntar, as caras de espanto eram incríveis! Nos divertimos com isso...

O que deu muito certo?
Chegar e largar o carro no estacionamento.
Estávamos perdendo muito tempo quando chegávamos numa cidade e íamos logo procurar hotel. Em Leipzig só fomos procurar o hotel lá pela meia-noite, depois que já tínhamos visto e andado tudo que queríamos. Assim conseguimos aproveitar mais.


O que deu muito errado?
Não ter chegado a tempo para ver a Igreja de São Tomás nem o Museu Bach.

Nota para a próxima viagem
Não acreditar tanto no gps quando ele sugere um hotel um pouco mais afastado...
Fomos parar num lugar muuuuuito assustador, cheio de fog e campos abertos (pra quem lê Twilight como eu, um lugar onde facilmente encontraríamos lobisomens e vampiros).
Ok, era um best western que estava lá no meio. Mas a chegada lá foi muito bizarra, assim como a decoração do quarto, que devia datar da época do Iluminado!

Atendendo ao pedido feito no comentário da Lê, aí está a estampa inspiradora!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Berlim, a cidade do futuro

Bom, já que eu comecei a escrever pelo final, vou continuar nessa ordem anti-cronológica, meu TOC não me permite mudar de ideia a essa altura do campeonato...

Cheguei a Berlim dirigindo, encantada com as estradas alemãs e ainda não muito conformada sobre ter que ficar na pista lenta quando dirigindo a 140 km/h.

De cara já percebi que aquela capital seria diferente de todas as outras...
Uma cidade que foi a sede de um governo traumático, que foi destruída pela guerra, depois dividida e governada por quatro países diferentes ao mesmo tempo... Eu esperava uma cidade triste, arrasada, cheia de recordações dolorosas, destroços e só.
Felizmente, eu estava muito errada!
As recordações? Elas estão lá, sim, mas como cicatrizes, como propulsoras no plano de criar uma cidade perfeita.

Nosso hotel era muito perto do Checkpoint Charlie. Foi por lá que começamos a explorar.
Logo vimos no chão a marca por onde passava o muro, e nas paredes as fotos de como era a região no passado. Ao passar em frente ao museu, alguns arrepios ao ver pedaços do muro e um aperto no coração vendo a foto de um soldado americano passando um chocolate entre as grades para uma criança do lado soviético.
De lá saímos andando, porém um vento violento encerrou nossos planos do dia. Entramos num shopping e nos entregamos à combinação clássica que desde Munique estava fazendo nossa alegria diária: Wurst, Kartoffeln und Bier.

No dia seguinte pegamos um daqueles ônibus turísticos, que levam a todos pontos importantes e turísticos. Aí sim eu posso dizer: Berlim é uma cidade especial! Ela passa uma energia diferente, algo que até agora não consigo definir, mas que é facilmente perceptível. Uma impressão de liberdade, de novidade, de arte... tomou conta de mim. Tudo de bom.

Saí da primeira volta do ônibus boquiaberta. Não conseguia nem falar (só de lembrar me emociono). É tudo muito belo: a Catedral, o memorial do holocausto, o parlamento (que depois visitamos), o portão de Brandemburgo, a ilha dos museus, a embaixada britânica, a Kaiser William Memorial Church, as novas construções misturadas com as antigas, o zoológico, as avenidas lindas e largas e, como não poderia faltar para o meu delírio completo, a loja gigaaaaaaante KaDeWe (no quesito compras, preciso ressaltar que tem até uma Lafayette na cidade).

Um outro milagre aconteceu em Berlim: deixei de lado meu visual turistolândia/mendigolândia (um clássico da moda viagem) e saí arrumada pra rua. Deu vontade!


O que deu muito certo?
Fazer comprinhas na Lafayette Gourmet e no supermercado Kaiser's para preparar "o jantar" no hotel. Conseguimos economizar um pouquinho e ao mesmo tempo experimentávamos um monte de bobagens que descobríamos pelo caminho (queijos, salames, balinhas haribo, pães, bolachas, chocolates).
Não, realmente não eram as refeições mais saudáveis do mundo, mas para quem já estava comendo salsicha no café da manhã, acho que não ia fazer muita diferença. Além de tudo, sem essa "pesquisa" eu nunca descobriria que existe na Terra um Lindt que é horrível: blueberrie com lavanda (eu JURO que eu não vi que tinha lavanda escrito).


O que deu muito errado?
Nada deu errado, foi tudo muito perfeito! Até o dia que eu saí pra andar de vestido e bota deu certo (só porque eu achei um all star me esperando no meio do dia).
Fiquei meio frustrada só com uma coisa: não ter conseguido curtir a vida noturna de lá. Pelo que vi e senti da cidade, as pessoas de lá devem ser muito interessantes! Mas como havíamos acabado de sair da Oktoberfest, ainda estávamos um pouco de ressaca e acabamos deixando esse programa para a próxima vez...

Nota para a próxima viagem:
Pelo menos uma semana em Berlim. Pelo menos!


PS: Para quem ainda não viu, o álbum de fotos está aqui.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

London, London

Bom, começando pela última cidade, que está mais fresquinha na lembrança.

Nossa chegada em Londres foi um tanto conturbada, porque chegamos num dia bem clássico londrino: bem cinza e chuvoso.

O caminho pro hotel, no entanto, foi ótimo. Passamos pela Harrods, pelo Hyde Park, vi um monte de cabines telefônicas e ônibus double deck. De longe, no fim da rua, ainda deu pra ver o Big Ben e a London Eye. Ah, e senti aquele desespero clássico ao notar todo mundo dirigindo, virando e ultrapassando do lado errado da rua, que aflição!

Minha primeira compra foi um guarda-chuva bem turistolândia, escrito I LOVE LONDON, em pleno Picadilly! Em meio a mil guarda-chuvas e turistas, não consegui nem ver direito os luminosos e quase fui atropelada mil vezes até aprender a obedecer religiosamente o sinal de pedestres e descobrir que a dica de pra que lado olhar estava lá o tempo todo!

Só parou de chover no comecinho da noite, deu tempo pra sair e dar uma olhada na cidade pela Hungerford Bridge. Caiu meu queixo pela primeira vez. Com céu cinza e tudo.


No dia seguinte, ao caminhar e observar, tive minha primeira impressão sobre a cidade: ela é hostil. As pessoas que circulam estão num vale tudo insano pra sobreviver. Ninguém se olha muito, ninguém para pra admirar, muito pouca gente sorri e muita gente se esbarra no caminho. Todo mundo está muito determinado. E ninguém tem muito tempo a perder.

Com o passar dos dias, fui presenteada com algumas boas surpresas que adoçaram meu olhar:
- há muitas pessoas simpáticas e carinhosas (eu adoro ser chamada de darling),
- tem muita gente bonita,
- os bons pubs se escondiam bem atrás do meu hotel (em ruas minúsculas, escondidas),
- a troca da guarda é emocionante (e é muito surpreendente vê-los tocando ABBA e O Fantasma da Ópera),
- o Tate e a Saatchi Gallery são lugares pra perder muitas horas,
- a feira de Portobello é uma bagunça deliciosa, assim como Covent Garden no fim-de-semana,
- a Oxford Street é pra gastar sola de sapato, enquanto a Harrods é pra encantar os olhos.

Mesmo cansada pra caramba, me deixei levar pelo ritmo meio frenético da cidade e acabei enxergando o encanto por trás daquela primeira impressão tão dura.

Já estou planejando a próxima visita, afinal de contas deixei minha amiga amada lá (numa cena de soluços que nunca vou esquecer).

O que deu muito certo?
O jantar no Gordon Ramsey at Claridge's. Desde o esquema da reserva online, tudo perfeito! Tomei um bloody mary incrível e a comida me deixou andando nas nuvens, desde o pão (de azeitona e cebola) até a sobremesa (brulée de canela com sorvete de pera).
Infelizmente, o prato que eu sempre quis provar (e que derruba todos os pupilos do Gordon), o Beef Wellington, tinha acabado. Pedi um trio de cordeiro que me fez muito feliz. Se aquilo não for pecado, não sei o que é!


O que deu muito errado?
O Hotel Citadines. Pela localização é até injusto que eu diga que deu muito errado, porque ele era perto de tudo, próximo a Trafalgar Square e fácil de chegar em duas estações de metrô e inúmeras paradas de ônibus. Tudo isso tinha só uma leve pegadinha: como o Citadines é um flat, eles não vêem necessidade em arrumar o quarto todos os dias, apenas uma vez por semana. Ok, o apartamento foi apelidado de cafofo e seguimos rindo da bagunça.

Nota para a próxima viagem:
Londres deve ser a primeira parada!

Home, sweet home!

Bom, finalmente em casa!
Ufa... como estava cansada! Nos últimos dias de viagem, comecei a entrar na falência total: dinheiro acabando, pés doendo, joelho falhando, uma alergia nova a cada dia, curto circuito mental, sono crônico, intolerância culinária, etc e tals...

Hoje faz exatamente uma semana que cheguei na minha linda casinha! Ainda tenho um pouquinho de alergias e um pouco de sono atrasado, mas já estou quase 100%! Não há chatice que resista a um abraço de pai no aeroporto, à comida da mamãe, à minha cama deliciosa e aos meus travesseiros deliciosos. Isso sem contar o poder reparador que tem o reencontro com os amigos, com as baladas, com as besteiras, com as músicas, com as loucuras (capítulo especial essa semana).

Obviamente eu pretendo escrever de todos os lugares que fui, mas não estou em condições de fazer muitas promessas, afinal de contas a partir da semana que vem começo mais uma temporada de estudo.

Antes de tudo, vou dar mais uma olhada nas fotos, dar uma arrumada básica nas que ficaram estranhas e tals... Mas volto logo logo.

See you soon!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mais um pouquinho...

O post foi escrito ontem, mas só hoje consegui passar a limpo:

Mal passou uma semana de viagem e já fiz e vi tantas coisas diferentes que renderiam mil posts.
Felizmente tempos tido a sorte de pegar hotéis com wifi, mas o tempo é curto para atualizar tudo que acontece.
Inclusive hoje, ao chegar aqui no lindo hotel de Salgareda, percebemos nossa total dependência de tecnologia. Antes mesmo de perguntar se o quarto tinha cama e chuveiro, perguntamos se tinha internet. Depois da resposta afirmativa, atéo preço fica irrelevante, assim como foi ontem em Cortina d'Ampezzo e antes disso em Innsbruck.

Hoje conheci Veneza. Não estava nos planos, mas foi um dia perfeito.
A liberdade de não ter planos tem sido maravilhosa, me reservou surpresas como essa.
Ao sair de Paris, decidimos pular Salzburgo, que seria o próximo destino, depois de pegar o carro em Munique.
No fim, essa acabou sendo uma decisão genial, porque se Salzburgo fosse ainda que um pouco parecido com Innsbruck, eu não iria aguentar os dois dias planejados lá.
A Áustria é linda, sim. Não me arrependo de ter ido, porém as pessoas de lá me pareceram meio estranhas e o público-alvo de seu turismo engloba dois grupos em que não me encaixo: a terceira idade de um lado e os aventureiros, escaladores e ciclistas do outro.
O dia em Innsbruck me rendeu meu único delírio consumista até agora: Swarovski.
Sim, eu passei impune por Paris.
Sim, há grandes chances de que eu tenha sido abduzida.

Saindo da Áustria, pegamos a estrada tortuosa (bota tortuosa nisso) para a Itália.
A paisagem era linda. Começou com cidades pequeninas nas encostas das montanhas e depois ofereceu lindas visões de lagos verde-água (da exata cor do lápis da caixa de 36).

Quando começamos a ver as famosas e estranhas montanhas "dolomitas", resolvemos que Cortina d'Ampezzo seria a próxima parada.
A recepção não foi das melhores, porque enquanto íamos à Central de turismo e ao hotel sugerido por eles, levamos uma bela multa. Mas aí era a hora da Miss Mossoró tomar conta. Ela amassou a multa, jogou no fundo da mochila, saiu pra passear e tomar um cappuccino.
Lá é uma cidade que lota na temporada de neve, e as lojas muito chiques (e caras) provaram que é um ponto turístico de primeira!

Comi minha primeira massa na Itália. Não foi espetacular, pois a dona do hotel nos indicou um restaurante traçando nosso perfil pelas roupas que vestíamos (MENDIGOLÂNDIA plus style).
Não posso culpá-la, afinal de contas nunca errei tanto na previsão do tempo pra mala antes, então estou realmente passando por dificuldades com as vestimentas.
Os DOIS casacos que vieram na mala estão EXATAMENTE como saíram de casa.
Ótimo, o Murphy viajando comigo mais uma vez.

Saímos de Cortina pela manhã. O plano era passar para visitar uma amiga (Alexandra) que veio morar aqui há um tempo, em Salgareda, e depois seguir a viagem para Verona ou Milão.

Mas planos? Pra que planos?

Chegando na padaria do marido da amiga (Lucca), onde ambos trabalham, fomos recepcionados com gritos de alegria, pulos, etc e tal... O reencontro é mesmo uma explosão de emoção. Fico me perguntando como será quando eu e a Lê nos encontrarmos...

Conhecemos a cozinha da padaria que, pra gordinha aqui, mais pareceu o paraíso! Aromas, cores, pães, doces, fornos gigantes, massas, suspiros... Tudo lindo! E apetitoso, lógico!

Depois disso, fomos para o apartamento da Alê e ficamos batendo papo, ouvindo dela as dores e delícias da vida por aqui (muito mais delícias, acreditem).


Amanhã eu termino...
Não é fácil digitar no quarto todo escuro!

domingo, 20 de setembro de 2009

Direto de Paris

De todas minhas chegadas tumultuadas em viagens, essa vai ficar pra história...
E não é que eu chego em Paris exatamente no dia da TecnoParade (mais conhecida por nós como Parada Gay)?
Então, lá estávamos nós, paradas há horas no trânsito, ainda distantes do centro da cidade, sem nenhum sinal do humor que sempre foi nossa marca registrada.
Com o passar do tempo (e dos euros no taxémtro), resolvemos rir. E tirar fotos. E rir mais um pouquinho. Aí quando vimos já estávamos perto de todos aqueles lugares que tocam nosso coração. As esquinas dos nossos apartamentos, os mercados, os cafés, os caminhos.
Falar que eu me senti como um filho voltando pra casa é exagero. Me senti como uma pessoa que reencontra um amante, aquele que te tira o fôlego e mexe com todos seus sentidos.
Assim é Paris. Uma vez que você olha ao seu redor, tudo mais perde a importância.É mágico. Juro. E acho que todo mundo fica assim, estupefato. Basta olhar a quantidade de máquinas fotográficas penduradas nos pescoços. Não há cidade como Paris pra ter tanto fotógrafo. Me divirto vendo todas as máquinas, lentes e tripés desfilando. E os pobres operadores se jogando no chão e fazendo malabarismos para tentar captar o que talvez ninguém tenha captado antes.
Deixamos afoitas as coisas no hotel e saímos pra reencontrar as ruas cheias, movimentadas.
Sábado, um sol delicioso, todo mundo cor seu sorvete Berthillon na mão. O meu, sempre clássico, morango e chocolate.
De noite, mais voltinhas, o Marais fervendo de gente estranha, de gente louca, de turistas enlouquecidos e de parisienses adoráveis.
Adorável mesmo é o jeito deles de assumir que grande parte da graça da cidade está em assistir as pessoas passando. Não tem sequer uma cadeira de costas pra rua. A diversão é assistir. Posso falar que é uma atividade espetacular. Cada "coisa" que passa... Inacreditável.
Hoje descobrimos o Salon des créateurs de mode, um espaço como era o começo do Mercado Mundo Mix, de moda moderna.
Me encantei com um acessório que estava fazendo o maior sucesso entre as francesas.
Vou levar a moda pra casa!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

TOC

Acho divertido prestar atenção nas datas...

Adivinhem onde eu estava nesse mesmo dia 18 de setembro do ano passado...


Vamos criar uma tradição para todo setembro?

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Hey ho, let's go!

Há aproximadamente 10 anos, Deus colocou no meu caminho uma amiga que de cara eu soube: ia ser das boas!
Desde então nossa amizade criou laços fortíssimos, inimagináveis, tão reais quanto laços de sangue.

Há exatos 230 dias ela foi buscar sua felicidade além mar, lá longe, na terra da rainha.
Desde então meu coração vive num vai-e-vem sem fim. Feliz por ela estar bem e devastado pela saudade.

Em exatamente 12 horas eu vou entrar num avião e partir para mais uma viagem.
Já em solo europeu, serão só mais 12 dias para aquele abraço, com o qual eu sonho e de que eu sinto tanta falta.
Não sei nem como vai ser. Não sei se vou cair num riso frenético ou num choro descontrolado.
Mas sei que vai ser ótimo.
E então serão mais 12 dias lado a lado.


E eu não vejo a hora... Assim como foi em 2007.
(A foto é do calendário que ela fez pra mim quando eu fui pra Paris. A contagem regressiva pro dia que ela chegaria para me visitar.)

Au revoir... See you soon!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Youtubando

Um dos meus passatempos prediletos pra hora da insônia é ficar procurando por vídeos diferentes no Youtube.
Como ultimamente descobri alguns especialmente interessantes, compartilhá-los-ei!
(forma verbal de quem faz muita prova da Fundação Carlos Chagas, sorry mas adoro uma mesóclise)

Esse primeiro foi resultado de muuuuuuita pesquisa. Curti muito essa música, toca em um comercial da Fox. Mas sempre esquecia como era a letra para procurar, nunca conseguia carregar o Midomi enquanto passava a propaganda e por aí vai... Até que um dia me empenhei nas pesquisas no Google e consegui! Óbvio que nesse dia vi umas 30 vezes seguidas, mas ainda não cansei.



Já esse próximo me ajudou muito num momento de desespero. Comprei carré de cordeiro num passeio ao Empório Santa Maria. Estava temperadinho, bonitinho, fresquinho. Eu, como boa carnívora, não resisti e o trouxe pra casa. Só tinha esquecido o pequeno detalhe: não fazia idéia de como preparar. Chef Gordon Ramsay (que by the way eu amo de paixão) me salvou em poucos minutos. Ainda tem uma palylist com várias receitas dele. Ele é sempre rápido, isso que eu adoro!



Acabei de encontrar esse aqui: a animação da Pixar que passou antes de Up: Partly Cloud. Adorável!



Para pensar um pouco, duas indicações que favoritei na hora. A primeira, do @krisarruda. Revi inúmeras vezes o Barry Schwartz falando a maior verdade de todas: o segredo da felicidade é a baixa expectativa.



E a segunda, a história das coisas, indicada pelo Raul. Incrível!



Pra finalizar rindo, essa descoberta da @julymalta: as versões literais dos clipes. Juro que chorei de rir no dia em que ela me mostrou. Passamos horas vendo quase todos, mas achei esse o melhor, talvez porque tenha sido o primeiro a que assisti (With arms wide open também é ótimo).

Setembro chegou...

Maior vergonha por ter abandonado o blog.
A culpa está me consumindo, podem ter certeza.
Mas é engraçado como isso aqui depende de ritmo. Uma vez que se quebra, fica difícil retomar.

Ontem li Eclipse inteirinho, comecei às 2 da tarde e terminei às 7 da manhã de hoje.
Não conseguia parar. É um romance pra quem tem 15 anos, eu sei, mas é doce na medida certa. Não me deixa com náuseas como as outras histórias...
Hoje passei vergonha na livraria, quando me vi cercada de adolescentes, olhando uma revista especial da Capricho ou algo do tipo com fotos do próximo filme na capa.

"Take care of my heart, i've left it with you."


Talvez por isso hoje eu esteja me sentindo meio romântica.
Talvez tenha também um outro motivo, uma outra constatação.
Parece que estou vendo tudo tão claro. Tudo tão certo. Impossível não perceber.
Infelizmente nem tudo está tão próximo, mas tenho paciência. Para isso eu tenho.

Enquanto isso, planos de viagem a mil. Logo vou me aventurar por novos lugares e matar as saudades que desde o dia 30 de janeiro desse ano doem no meu peito. Espera, Leninha, que a gente chega já!

Ah, dica rápida: TODOS devem assistir Up. Animação, trilha, história... tudo perfeito! Fiquei encantada.

domingo, 30 de agosto de 2009

Lisboa e meu sangue português

Eu sempre falo pras meninas que há 4 lugares no mundo para os quais eu nunca falo não: Lisboa, Paris, New York e Salvador.

Então, vou aproveitar que hoje minha queridíssima Gabi está indo de mala e cuia para uma temporada em Lisboa e falar sobre essa cidade que, além de ser linda, é umas das duas no mundo em que eu me imagino morando.
Fui pra lá pela primeira vez em 97, com meus pais. A chegada foi super traumática (acho que quase todo mundo já sabe dessa história, mas quem não sabe, imagina os efeitos de uma sopa de brócolis no vôo). Sei que por causa desse começo já achei que a viagem ia ser uma porcaria, além disso eu tinha só 18 anos, queria mais era saber de comprar roupa da Polo, tomar um pouco de sol e voltar cheia de histórias pra faculdade em agosto.
Como eu venho defendendo há tempos, o segredo da felicidade é a baixa expectativa, certo? Pois então, como eu não esperava nadica de nada, me APAIXONEI perdidamente por Portugal.
As ruas, as ladeiras, as pessoas, as palavras, o sotaque, a comida, tudo!
Nunca imaginei que meu sangue português pudesse se revelar com tanta força, mas foi o que aconteceu.

Chorei desesperadamente no dia em que cruzamos a fronteira para a Espanha, eu não queria de jeito nenhum ir embora dali.

Demorei quase 10 anos pra voltar, mas voltei.
Lisboa tem um charme, um encanto, que não consigo descrever...
Andar pela Av da Liberdade, naquele lindo parque Eduardo VII, nas ruas barulhentas do Comércio, no movimento do Bairro Alto, no Oceanário (onde o tempo pára), subir de bonde para olhar a cidade do Castelo de São Jorge, se perder nas escadinhas para voltar de lá, andar no El Corte Inglês, comprar de tudo no supermercado, curtir o fim de tarde nas Docas...


Isso sem falar na culinária portuguesa... Ah, que delícia!!! Os risotos, o bacalhau e os doces... Ai, pastel de Belém...


Mas o que eu mais gosto mesmo é de espirrar em Portugal
- Atchim!
- Santinha!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dia da Fotografia

Como eu fui parar nesse mundo, eu não sei.
Talvez estivesse, mais uma vez, seguindo uma paixão do meu pai.
Sempre foi uma das nossas piadas preferidas contar sobre o curso de fotografia que ele comprou pelo correio, pagou à vista e recebeu, de cara, até o diploma.
Mesmo assim, ele tirou fotos lindas. Tem uma da fazenda que é um clássico, admirada por todos.

Enfim... fui parar na Panamericana.
Descobri além de uma paixão, um dom. Não pensava em outra coisa, não queria mais nada.
Se não estivesse tão perto do fim da faculdade, talvez tivesse largado tudo.
Minha vida era direcionada para as 2as e 4as. Eu planejava, produzia, pesquisava, comia e bebia fotografia. E toda essa dedicação foi reconhecida lá, com prêmio, com exposição, com mérito. Orgulho.
E no fim a minha formatura na Panamericana foi muito mais gratificante e emocionante do que a formatura da ESPM, mas isso é uma história longa demais pra ser contada.
Depois de lá, resolvi "morar" no Senac. Mil cursos diferentes, muitos com o "mestre" Clício. Como era bom conseguir arrancar um elogio sequer dele... Que sensação!
Isso tudo sem contar o pessoal desse meio, sempre muito divertido, criativo, único, louco.
Adorava sentar pra bater papo com eles e ver surgirem as ideias mais malucas e extravagantes, inimagináveis!

A fotografia, ainda hoje, é minha paixão mais clara.
É minha atividade mais feliz.
É meu esforço predileto.

Já ouvi mil vezes que é nessa onda que eu deveria mergulhar. Sem medo. Sem ressalva.
Estou me preparando pra isso...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Carta para Daniela

Minha prima, amiga, irmã,

Poxa vida, parabéns é tão pouco perto do que eu quero te falar...

Parabéns pelo aniversário? Pela pessoa tão tão tão especial que é? Por ser uma filha tão boa? Uma tia tão gostosa? Uma sobrinha sempre presente? Uma prima perfeita?

Pouco, ainda é pouco...

E se eu falasse que você é "A" companheira ideal para uma noitada bem Neme,
para um passeio em Paris, com ou sem chuva,
para andanças sem fim em New York,
para ficar na beira da piscina no Sauípe, ou no Costão,
para chorar no show de Fado,
para planejar as viagens mais insanas,

para fazer planos mirabolantes,
para passear pelas casas dos tios e tias,
para causar ciúme nas primas (calma, Mirelle),
para me socorrer nos momentos de pânico,

para simplesmente sentar, tomar um café, bater papo e deixar o tempo passar...

Ainda é pouco...

Ainda não falei do amor que as minhas amigas "pegaram" por você. E do orgulho que sai da minha boca ao falar: só podia ser minha prima!
Ainda nem mencionei o bem que as suas visitas fazem para minha casa, para minha mãe, para o meu pai e até pra minha cachorrinha que se sente tão mi
mada com você por perto.

Seus olhos iluminam todo lugar em que você está.
Sua presença emana uma energia inconfundível, um alto-astral, um tudo-de-bom.

O que eu posso mesmo desejar é que o bem que você faz a todos nós retorne turbinado para você, todos os dias.

Te amo com todo aquele exagero Neme de ser.

Eu tenho que agradecer todos os dias. Minha família é um presente.