Era uma vez uma menina que vivia de lembranças. Um dia, porém, ela resolveu esquecer. Resolveu diminuir tudo que parecia tão grande, resolveu tirar o mistério dos acontecimentos e o romance da vida. No fim da noite, se juntou à amiga de infância e sentou numa lanchonete que há anos não frequentava. Entre as mesas vazias, discursou longamente sobre estar desacreditada do amor. Afirmou sem mentiras que estava bem assim. Estava realmente gostando do novo equilíbrio emocional. Então, entre um gole e outro, entre uma revelação e outra, entre uma besteira e outras tantas, seu olhar é atraído para a porta e ela pensa "esse seria meu tipo genérico". Em uma fração de segundo, ela percebe que não é um genérico qualquer, que é o original, o definitivo, aquele que nos últimos tempos mais se aproximou do que ela entende por amor. Sim, era ele. O que a encantou, conquistou, mudou os padrões (sem lembrar que também foi aquele por quem ela perdeu tantas lágrimas, aquele que ela procura em todas as pessoas, quase todos os dias). Prontamente ela se levantou, se jogou naquele abraço, lutando pra manter as pernas firmes, lutando pra não derreter ali mesmo, naqueles braços. Trocaram poucas palavras banais, alguns olhares e sorrisos. Ela voltou pro seu sofá, ele foi pra sua mesa. E no meio daquele vazio, no meio daquela madrugada, os sonhos todos voltaram. O coração pulou no peito e ela guardou as lágrimas para quando entrasse no carro. No caminho de casa ficou impossível não acreditar em mistério, em romance, em sinais. Ficou impossível não acreditar naquele amor tão palpável que pesava o ar. Abriu a janela e jogou fora todas aquelas teorias amargas, toda desesperança, toda decepção. E ao deitar a cabeça no travesseiro, sentiu de novo aquele perfume que ela conhecia tão bem. E sonhou.
Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
quarta-feira, 23 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Sempre Clarice
Meu Deus, me dê a coragem
Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.
Clarice Lispector
sempre ela...
Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.
Clarice Lispector
sempre ela...
quinta-feira, 17 de março de 2011
Quiroga
Hoje é um daqueles dias em que tenho certeza que o Quiroga mora aqui em casa.
Mais adequado impossível. Exatamente como estou me sentindo.
"Em muitos aspectos sua alma está sozinha nesta parte do caminho, não porque careça de companhia, mas porque ainda é difícil compartilhar com alguém a verdadeira natureza dos sentimentos processados intimamente."
www.astrologiareal.com.br
Mais adequado impossível. Exatamente como estou me sentindo.
"Em muitos aspectos sua alma está sozinha nesta parte do caminho, não porque careça de companhia, mas porque ainda é difícil compartilhar com alguém a verdadeira natureza dos sentimentos processados intimamente."
www.astrologiareal.com.br
domingo, 13 de março de 2011
Sim, são tempos difíceis.
São decisões sem certeza.
Tristes constatações.
E medo, muito medo.
Medo de errar, medo do que vai dar, medo de arrepender, medo de demorar.
Deus, me dá forças pra passar por tudo com sobriedade.
Coloca ao meu lado as pessoas certas.
Coloca na minha mente o caminho certo.
Enquanto isso eu guardo a dor.
Guardo cada uma daquelas conclusões que não quero tirar.
Guardo cada um dos pensamentos que eu não posso colocar em palavras.
Tenho medo de soltar algum e perder o controle.
Tenho medo de passar dias chorando sem parar.
As poucas lágrimas que escapam estão no escuro, no silêncio, abafadas no travesseiro.
Enquanto isso eu como a ansiedade.
Como com pimenta.
Como de madrugada.
Como chocolate de sobremesa.
E arrumo mais um problema.
Aquele velho problema.
Queria fechar os olhos.
Queria acordar do pesadelo.
Queria passar no fast forward.
Ou quem sabe voltar no tempo.
Esse agora me apavora.
São decisões sem certeza.
Tristes constatações.
E medo, muito medo.
Medo de errar, medo do que vai dar, medo de arrepender, medo de demorar.
Deus, me dá forças pra passar por tudo com sobriedade.
Coloca ao meu lado as pessoas certas.
Coloca na minha mente o caminho certo.
Enquanto isso eu guardo a dor.
Guardo cada uma daquelas conclusões que não quero tirar.
Guardo cada um dos pensamentos que eu não posso colocar em palavras.
Tenho medo de soltar algum e perder o controle.
Tenho medo de passar dias chorando sem parar.
As poucas lágrimas que escapam estão no escuro, no silêncio, abafadas no travesseiro.
Enquanto isso eu como a ansiedade.
Como com pimenta.
Como de madrugada.
Como chocolate de sobremesa.
E arrumo mais um problema.
Aquele velho problema.
Queria fechar os olhos.
Queria acordar do pesadelo.
Queria passar no fast forward.
Ou quem sabe voltar no tempo.
Esse agora me apavora.
terça-feira, 8 de março de 2011
Consideração
Esse texto da Tati Bernardi é perfeito em incontáveis trechos.
Por pouco eu não acho que nos apaixonamos pela mesma pessoa.
Por pouco não fui eu quem escreveu esse texto.
***
Consideração
Já tinha um mês e resolvi ir nessa festa com cara de festa que você vai. Toda pessoa de cabelo cheio que entrava eu achava que era você. Assim como acho quando estou na rua, no supermercado, na fila do cinema, dormindo. Virei uma caçadora de pessoas cacheadas. Virei uma caçadora de você em todas as pessoas. Então você chegou na festa. E eu apenas sorri e sorri e sorri. Porque era isso. Eu queria te ver apenas. A dor numa caixinha embaixo dos meus pés e eu mais alta pra poder te abraçar sem dor, perto da sua nuca e por um segundo. Eu te acho bonito de formas tão variadas e profundas e insuportáveis. Eu vejo você parecendo um leãozinho no fundo da festa. Suando e analisando. O rei escondido escolhendo a presa que não vai atacar. Com sua eterna tristeza cheia de piadas afiadas. Suas facas afiadas de graças para defender as tristezas que nadam baixas nos seus olhos de quem não quer fazer mal. Mas faz. Seus olhos. Em volta um riozinho melancólico e no centro o sol feliz e novinho chegando. E tudo isso vem forte como um soco de buquê de flores de aço no meu estômago. E eu quero ir até você e te dizer que eu sei que você desmaia quando faz exame de sangue. E como eu gosto de você por isso. E como eu queria tirar todo meu sangue em pé pra você jamais cair. E como eu gosto de você por causa do e-mail que você mandou pro seu amigo com problemas. Como gosto quando você lembra de alguém e precisa demonstrar naquela hora porque tem medo da frieza das suas distrações. Suas listas de culturas e atenções. Os vasinhos. Os vasinhos coloridos da cozinha me matam. A história do milagre que te salvou da queda da estante. Você arrepiado falando em anjos. Essas suas delicadezas em detalhes dormem e acordam comigo. Acariciam e perfuram meu peito vinte e quatro horas por dia. Uma saudade dos mil anos que passamos, ou das três semanas. A loucura de gostar tanto pra tão pouco ou simplesmente a loucura de tanto acabar assim. Fora tudo o que guardei de você, me restou a consideração que você guardou por mim. Sua ligação depois, quando me encontra. Sua mão estendida. Sua lamentação pela vida como ela é. Sua gentileza disfarçada de vergonha por não gostar mais de mim. A maneira que você tem de pedir perdão por ser mais um cara que parte assim que rouba um coração. Você é o mocinho que se desculpa pelo próprio bandido. Finjo que aceito suas considerações mas é apenas pra ter novamente o segundo. Como o segundo do meu nariz na sua nuca quando consigo, por um segundo, te abraçar sem dor. O segundo do seu nome na tela do meu celular. O segundo da sua voz do outro lado como se fosse possível começar tudo de novo e eu charmosa e você me fazendo rir e tudo o que poderia ser. O segundo em que suspiro e digo alô e sinto o cheiro da sua sala. Então aceito a sua enorme consideração pequena, responsável, curta, cortante. Aceito você de longe. Aceito suas costas indo. Aceito o último cacho virando a esquina. O último fio preso no pé da minha cama. Não é que aceito. Quem gosta assim não come migalhas porque é melhor do que nada, come porque as migalhas já constituem o nó que ficou na garganta. Seus pedaços estão colados na gosma entalada de tudo o que acabou em todas as instâncias menos nos meus suspiros. Não se digere amor, não se cospe amor, amor é o engasgo que a gente disfarça sorrindo de dor. Aceito sua consideração de carinho no topo da minha cabeça, seu dedilhar de dedos nos meus ombros, seu tchauzinho do bem partindo para algo que não me leva junto e nunca mais levará, seu beijinho profundo de perdão pela falta de profundidade. Aceito apenas porque toda a lama, toda a raiva, todo o nojo e toda a indignação se calam para ver você passar.
***
É, eu ainda penso em você.
E não, não tenho medo do tempo.
Por pouco eu não acho que nos apaixonamos pela mesma pessoa.
Por pouco não fui eu quem escreveu esse texto.
***
Consideração
Já tinha um mês e resolvi ir nessa festa com cara de festa que você vai. Toda pessoa de cabelo cheio que entrava eu achava que era você. Assim como acho quando estou na rua, no supermercado, na fila do cinema, dormindo. Virei uma caçadora de pessoas cacheadas. Virei uma caçadora de você em todas as pessoas. Então você chegou na festa. E eu apenas sorri e sorri e sorri. Porque era isso. Eu queria te ver apenas. A dor numa caixinha embaixo dos meus pés e eu mais alta pra poder te abraçar sem dor, perto da sua nuca e por um segundo. Eu te acho bonito de formas tão variadas e profundas e insuportáveis. Eu vejo você parecendo um leãozinho no fundo da festa. Suando e analisando. O rei escondido escolhendo a presa que não vai atacar. Com sua eterna tristeza cheia de piadas afiadas. Suas facas afiadas de graças para defender as tristezas que nadam baixas nos seus olhos de quem não quer fazer mal. Mas faz. Seus olhos. Em volta um riozinho melancólico e no centro o sol feliz e novinho chegando. E tudo isso vem forte como um soco de buquê de flores de aço no meu estômago. E eu quero ir até você e te dizer que eu sei que você desmaia quando faz exame de sangue. E como eu gosto de você por isso. E como eu queria tirar todo meu sangue em pé pra você jamais cair. E como eu gosto de você por causa do e-mail que você mandou pro seu amigo com problemas. Como gosto quando você lembra de alguém e precisa demonstrar naquela hora porque tem medo da frieza das suas distrações. Suas listas de culturas e atenções. Os vasinhos. Os vasinhos coloridos da cozinha me matam. A história do milagre que te salvou da queda da estante. Você arrepiado falando em anjos. Essas suas delicadezas em detalhes dormem e acordam comigo. Acariciam e perfuram meu peito vinte e quatro horas por dia. Uma saudade dos mil anos que passamos, ou das três semanas. A loucura de gostar tanto pra tão pouco ou simplesmente a loucura de tanto acabar assim. Fora tudo o que guardei de você, me restou a consideração que você guardou por mim. Sua ligação depois, quando me encontra. Sua mão estendida. Sua lamentação pela vida como ela é. Sua gentileza disfarçada de vergonha por não gostar mais de mim. A maneira que você tem de pedir perdão por ser mais um cara que parte assim que rouba um coração. Você é o mocinho que se desculpa pelo próprio bandido. Finjo que aceito suas considerações mas é apenas pra ter novamente o segundo. Como o segundo do meu nariz na sua nuca quando consigo, por um segundo, te abraçar sem dor. O segundo do seu nome na tela do meu celular. O segundo da sua voz do outro lado como se fosse possível começar tudo de novo e eu charmosa e você me fazendo rir e tudo o que poderia ser. O segundo em que suspiro e digo alô e sinto o cheiro da sua sala. Então aceito a sua enorme consideração pequena, responsável, curta, cortante. Aceito você de longe. Aceito suas costas indo. Aceito o último cacho virando a esquina. O último fio preso no pé da minha cama. Não é que aceito. Quem gosta assim não come migalhas porque é melhor do que nada, come porque as migalhas já constituem o nó que ficou na garganta. Seus pedaços estão colados na gosma entalada de tudo o que acabou em todas as instâncias menos nos meus suspiros. Não se digere amor, não se cospe amor, amor é o engasgo que a gente disfarça sorrindo de dor. Aceito sua consideração de carinho no topo da minha cabeça, seu dedilhar de dedos nos meus ombros, seu tchauzinho do bem partindo para algo que não me leva junto e nunca mais levará, seu beijinho profundo de perdão pela falta de profundidade. Aceito apenas porque toda a lama, toda a raiva, todo o nojo e toda a indignação se calam para ver você passar.
***
É, eu ainda penso em você.
E não, não tenho medo do tempo.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
The Good Husband
Essa semana tive que adicionar mais um nome à lista das minhas séries prediletas.
Assumo que não tenho sido uma sériemaníaca muito responsável nessas últimas temporadas. Deixei pra trás algumas séries que acompanhava freneticamente e resolvi dar uma segunda chance a algumas que não me interessaram de cara.
Esse foi o caso de The Good Wife.
Quando começou, eu tentei assistir a um, talvez dois episódios, porém o cenário político não me interessou, pareceu tudo americano demais, forçado demais, lento demais.
Em algum desses domingos de tédio, acabei pegando uma maratona no Universal Channel e assisti a alguns episódios da primeira temporada.
Surpresa.
Gostei.
De lá pra cá, baixei toda a 2a temporada e já assisti 12 dos 14 episódios.
A parte política ainda está lá, mas com foco menor.
O que eu gosto mesmo é dos advogados, tribunais, julgamentos e casos complicados.
Essa temporada ainda teve a sensacional participação do Michael J Fox em dois episódios. Ele é muito bom!

Agora só mais uma questão... Será que o Mr. Big é parte do que me atrai nessa série?

-Abso-fucking-lutely!
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Keane
Duas daquelas músicas que mexem comigo pra caramba...
Lindas, sensíveis, reais.
E cabem perfeitamente no agora.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Espontaneidade
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Na verdade a grande conclusão que tenho tentado não ver é a seguinte: preciso procurar a felicidade em novos lugares, os lugares habituais se tornaram ambientes inóspitos, inabitávies.
O problema agora é saber onde procurar pra depois pensar em depositar.
A resposta mais fácil é procurar aqui, dentro de mim. Mas aqui dentro está uma bagunça daquelas que dá medo de mexer. Dá medo de mexer e descobrir uma encrenca maior do que se imagina.
imagem de Elizabeth Gadd
O problema agora é saber onde procurar pra depois pensar em depositar.
A resposta mais fácil é procurar aqui, dentro de mim. Mas aqui dentro está uma bagunça daquelas que dá medo de mexer. Dá medo de mexer e descobrir uma encrenca maior do que se imagina.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Lembro, lembro, lembro.
É, tinha que ser o seu aniversário pra criar a necessidade de escrever de novo.
Tinha que ser o 6 de dezembro pra eu perder a vergonha e dar as caras no blog.
Tinha que ser domingo. Tinha que ser madrugada.
E aí, com fundo musical, surgem as lembranças e as palavras se atropelam.
Se eu disser que eu lembro do primeiro dia de aula, do primeiro olhar trocado, da pele bronzeada, do moleton branco, da mancha, dos olhos verdes, você acreditaria?
Eu lembro de ser apresentada na aula seguinte, sem querer. Lembro de você invadindo a rodinha das minhas amigas pra me dar oi no dia seguinte, me surpreendendo absurdamente. Lembro da palpitação.
Lembro da expectativa pras aulas de educação física, lembro daquele abraço em que eu me perdia, lembro do cheiro, da textura do cabelo. Lembro de te dar colo. Lembro de te procurar em cada recreio. Lembro da alegria que era encontrar teus olhos em meio à multidão.
Lembro da sua presença em casa, lembro da gente fazendo filminhos pras aulas de religião. Lembro que a gente era sempre o casal que interpretava os pais. Lembro de segurar tua mão embaixo da mesa. Lembro de dar aqueles pulinhos sutis no sofá pra chegar mais perto. Lembro da inocência.
Lembro da tua alegria que muitas vezes se confundia com loucura. Lembro de você cantando marchinhas de carnaval. Lembro de você cantando Rita Lee.
Lembro das excursões, de você com ciúmes. Lembro da gente no teleférico.
Lembro de matar a aula da tarde pra ficar com você no corredor gelado do laboratório. Lembro de querer quebrar todas as regras.
Lembro das cartas, dos bilhetes, das ligações, das visitas, das brincadeiras.
Lembro de tantas promessas, de tantas palavras.
Lembro de querer resolver todos seus problemas, de querer te levar comigo pro mundo, pra sempre.
Lembro da ansiedade de revelar o filme que tinha sua foto. Lembro como a carregava comigo pra cima e pra baixo. Lembro que era minha inspiração. Lembro do porta-retratos do seu quarto.
Lembro como eu fui embora e como foi difícil ficar longe.
Lembro como o tempo passou rápido e, de repente, eu lembro de te perder de vista.
O tempo passou e eu só na lembrança...
Aí eu lembro bem da decepção. Da dor. Lembro bem do dia, de atender o telefone achando que você ia mais uma vez me salvar. Lembro de sentir o chão fugindo dos meus pés. Lembro do meu peito apertado e lembro de procurar por ar e não encontrar. Lembro direitinho onde estava. Lembro cada palavra que você falou, que eu falei.
Lembro de um tempo prolongado de não poder lembrar de você.
Lembro de uma pista, de um email. Lembro do pretexto de um reencontro, que dentre tantos presentes e saudosos, eu só queria saber de você.
Lembro que quando te vi de longe, entrando no bar, lembrei de tudo e senti meu coração pronto pra sair pela boca.
Lembro do papo, das amenidades, das desculpas. Mas lembro de sentar perto, lembro dos olhos nos olhos.
E aí que passou mais tempo, e eu nem lembrava mais.
Mas aí foi a sua vez. Você apareceu sem querer na minha casa. E eu lembro que cheguei lá sem saber. Isso foi outro dia, mas eu lembro como se fosse ontem o impacto no peito de te ver ali, de costas, ao meu alcance. Lembro da roupa, do cheiro, do lugar, da boca seca, das pernas bambas.
Lembro que aquele abraço me levou pras nuvens. Lembro de trocar olhares. Lembro de me cobrar segurança pra agir. Lembro do desespero que era não te deixar escapar. Lembro perfeitamente do momento que antecedeu o beijo. Lembro de esperar 16 anos. Lembro de perder meus dedos entre os seus cabelos. Lembro da sua mão firme na minha cintura. Lembro das nuvens.
Depois de um tempo, eu lembro de cair.
Lembro de prometer não pensar mais em você.
Mas hoje essa promessa eu fiz questão de esquecer.
Tinha que ser o 6 de dezembro pra eu perder a vergonha e dar as caras no blog.
Tinha que ser domingo. Tinha que ser madrugada.
E aí, com fundo musical, surgem as lembranças e as palavras se atropelam.
Se eu disser que eu lembro do primeiro dia de aula, do primeiro olhar trocado, da pele bronzeada, do moleton branco, da mancha, dos olhos verdes, você acreditaria?
Eu lembro de ser apresentada na aula seguinte, sem querer. Lembro de você invadindo a rodinha das minhas amigas pra me dar oi no dia seguinte, me surpreendendo absurdamente. Lembro da palpitação.
Lembro da expectativa pras aulas de educação física, lembro daquele abraço em que eu me perdia, lembro do cheiro, da textura do cabelo. Lembro de te dar colo. Lembro de te procurar em cada recreio. Lembro da alegria que era encontrar teus olhos em meio à multidão.
Lembro da sua presença em casa, lembro da gente fazendo filminhos pras aulas de religião. Lembro que a gente era sempre o casal que interpretava os pais. Lembro de segurar tua mão embaixo da mesa. Lembro de dar aqueles pulinhos sutis no sofá pra chegar mais perto. Lembro da inocência.
Lembro da tua alegria que muitas vezes se confundia com loucura. Lembro de você cantando marchinhas de carnaval. Lembro de você cantando Rita Lee.
Lembro das excursões, de você com ciúmes. Lembro da gente no teleférico.
Lembro de matar a aula da tarde pra ficar com você no corredor gelado do laboratório. Lembro de querer quebrar todas as regras.
Lembro das cartas, dos bilhetes, das ligações, das visitas, das brincadeiras.
Lembro de tantas promessas, de tantas palavras.
Lembro de querer resolver todos seus problemas, de querer te levar comigo pro mundo, pra sempre.
Lembro da ansiedade de revelar o filme que tinha sua foto. Lembro como a carregava comigo pra cima e pra baixo. Lembro que era minha inspiração. Lembro do porta-retratos do seu quarto.
Lembro como eu fui embora e como foi difícil ficar longe.
Lembro como o tempo passou rápido e, de repente, eu lembro de te perder de vista.
O tempo passou e eu só na lembrança...
Aí eu lembro bem da decepção. Da dor. Lembro bem do dia, de atender o telefone achando que você ia mais uma vez me salvar. Lembro de sentir o chão fugindo dos meus pés. Lembro do meu peito apertado e lembro de procurar por ar e não encontrar. Lembro direitinho onde estava. Lembro cada palavra que você falou, que eu falei.
Lembro de um tempo prolongado de não poder lembrar de você.
Lembro de uma pista, de um email. Lembro do pretexto de um reencontro, que dentre tantos presentes e saudosos, eu só queria saber de você.
Lembro que quando te vi de longe, entrando no bar, lembrei de tudo e senti meu coração pronto pra sair pela boca.
Lembro do papo, das amenidades, das desculpas. Mas lembro de sentar perto, lembro dos olhos nos olhos.
E aí que passou mais tempo, e eu nem lembrava mais.
Mas aí foi a sua vez. Você apareceu sem querer na minha casa. E eu lembro que cheguei lá sem saber. Isso foi outro dia, mas eu lembro como se fosse ontem o impacto no peito de te ver ali, de costas, ao meu alcance. Lembro da roupa, do cheiro, do lugar, da boca seca, das pernas bambas.
Lembro que aquele abraço me levou pras nuvens. Lembro de trocar olhares. Lembro de me cobrar segurança pra agir. Lembro do desespero que era não te deixar escapar. Lembro perfeitamente do momento que antecedeu o beijo. Lembro de esperar 16 anos. Lembro de perder meus dedos entre os seus cabelos. Lembro da sua mão firme na minha cintura. Lembro das nuvens.
Depois de um tempo, eu lembro de cair.
Lembro de prometer não pensar mais em você.
Mas hoje essa promessa eu fiz questão de esquecer.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Meu passeio predileto
E quando eu vejo, já faz quase um mês que eu não escrevo...
Mas outros meios têm tomado meu tempo. E ultimamente os textos ficam só na minha cabeça mesmo.
Tenho me ocupado bastante com pesquisas e planejamentos pra próxima viagem.
Fico tentando entender os mapas, calcular caminhos e planejar passeios que façam bem pra alma e rendam boas fotos.
Adoro mercados coloridos, jardins floridos, zoológicos e nesse quesito tenho um programa campeão: o Oceanário de Lisboa, que conheci em 2008.
Assim que entrei soube que seria inesquecível.
O ambiente azul, o silêncio sutil, a meia luz e até o cheiro de mar... tudo muito agradável.
Me apaixonei por mil bichinhos, morri de medo de outros tantos, tirei fotos lindas (que até hoje são meus wallpapers) e passei horas que pareceram minutos, passei horas em um mundo paralelo, que me distraiu, me encantou, me trouxe paz.
Abaixo algumas das fotos da jornada:
Pequenos prazeres...
Ontem produzi conteúdo pra caramba...
Postagem no blog, filme pro YouTube, dezenas de emails, cartas pra mim mesma e, como sempre, muitos twitts.
Antes de dormir, porém, não queria computador nem caderno: fiquei com saudade da minha máquina fotográfica, então pulei dos lençóis e fui buscá-la para "brincar um pouco". Ela dormiu na cabeceira da cama.
E eu acordei com vontade de Fotografia.
Resolvi vasculhar as pastas antigas atrás de tesouros esquecidos... E não é que encontrei?
Foi um prazer sem tamanho dar de cara com as cores, as frutas, as texturas, os sabores...
Fotos tiradas no mercado de Barcelona, La Boqueria, em 2008:




Já estou reunindo dicas para a próxima viagem... Feiras, mercados, jardins e afins. Não vejo a hora!
Postagem no blog, filme pro YouTube, dezenas de emails, cartas pra mim mesma e, como sempre, muitos twitts.
Antes de dormir, porém, não queria computador nem caderno: fiquei com saudade da minha máquina fotográfica, então pulei dos lençóis e fui buscá-la para "brincar um pouco". Ela dormiu na cabeceira da cama.
E eu acordei com vontade de Fotografia.
Resolvi vasculhar as pastas antigas atrás de tesouros esquecidos... E não é que encontrei?
Foi um prazer sem tamanho dar de cara com as cores, as frutas, as texturas, os sabores...
Fotos tiradas no mercado de Barcelona, La Boqueria, em 2008:




Já estou reunindo dicas para a próxima viagem... Feiras, mercados, jardins e afins. Não vejo a hora!
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
As minhas bandas
Me deu vontade de escrever sobre as minhas bandas do coração, aquelas que tocam lá na minha casa, que influenciam meu gosto musical e que me divertem barbaridades!!!!
Em ordem cronológica porque esses meus artistas são todos ciumentos, viu! Já levei broncas-possessivas demais. Hahahahaha!
Viva Noite

Histórico: Comecei a frequentar o Na Mata depois de longo e tenebroso inverno, depois de um namoro e noivado que me tiraram de circuito por 4 anos, então não posso negar que o encantamento pela volta às noitadas fez grande parte do trabalho aqui.
Lembro bem da primeira vez que fui. Lembro bem da surpresa que era a cada música do repertório, lembro bem do momento em que resolvi me entregar, prender o cabelo, cantar bem alto e fazer as dancinhas da infância que eu nunca esqueci.
Viva Noite foi minha religião por muito tempo. Mal acabava um sábado e a gente já estava contando os minutos pro próximo. Passávamos a semana em milhões de email-groselha, comentando os acontecimentos, trocando fotos, planejando figurino e revivendo cada momento.
Pessoas que ganhei no caminho: além das tantas pessoas que se reaproximaram, ganhei tanta gente que conviveu e ainda convive comigo. As meninas Clarissa, Maíra, Ana Helena, Fernanda, Raquel, Deinha. Os meninos Fernando, Rafael, Daniel, Leo, Bandani, Dudu, Caio, Herbert, Paulão. Sem contar alguns amores e infelizmente alguns desafetos, mas tudo muito divertido.
Momentos inesquecíveis: entre todos os concursos de dança, teve um aniversário da Clá que todas as meninas subiram ao palco, foi histórico. Também foi marcante o dia da última apresentação deles aos sábados, foram lágrimas e mais lágrimas que marcavam o fim de uma era.
Músicas que provocam descontrole: Linda demais, do Roupa Nova e Farofa, a música tema (eterna) de todo descontrole.
Variante: Acousticover
Frank Elvis & Los Sinatras

Histórico: Eles entraram nos sábados depois do Viva Noite, razão suficiente para que eu resistisse até a última gota a gostar deles. Felizmente não sou teimosa, e depois de uns 3 sábados já estava apaixonada. De cara o Junior (vocalista) percebeu nosso potencial destruidor e, quando eu vi, já estava em cima do palco com ele, ensinando dancinhas e realizando performances jamais imaginadas.
Sim, a especialidade deles é o jamais imaginado, é o surreal, é a loucura em sua forma mais pura. Já vimos tanta coisa naquele palco que até Deus duvida: tombos, danças bizarras, brindes, eu como dançarina, eu como cantora... Melhor nem enumerar!
Hoje eles são minha segurança, minha garantia de diversão aos sábados. Não tem erro.
Pessoas que ganhei no caminho: Dentre outros tantos, Daniel e Pri merecem destaque. Quando estamos juntos o show é sempre diferente, sempre especial, sempre melhor. Lógico que comecei não indo com a cara de nenhum dos dois (e a recíproca também era verdadeira), mas uma vez juntos, a sintonia e o grau de loucura etílica nos uniu. E o que o mojito une nada pode separar.
Momentos inesquecíveis: meus tantos aniversários comemorados com todo carinho no palco, os momentos surreais de papos sem pé nem cabeça pós-show e, pessoalmente, a atenção do Junior conosco. Não esqueço o dia em que cheguei no meu cantinho chorando e ele mais do que depressa se ajoelhou e segurou meu rosto pra me amparar.
Músicas que provocam descontrole: Psycho Killer, meu tema pessoal, Don't stop me now, que aprendi a gostar com eles, Hot and Cold e Pro dia nascer feliz.
Variante: Mavericks
The Soundtrackers

Histórico: Essa foi uma banda que infelizmente demorei pra conhecer. Mesmo com todo mundo sempre recomendando e garantindo que eu iria adorar, foi só em setembro do ano passado que assisti ao show. E que show! O repertório é impecável sempre, os músicos impressionantemente bons e os meus pés nunca mais foram os mesmos. Inclusive, se eu puder dar uma dica para quem nunca assistiu, vá vestindo um tênis, você não vai se arrepender.
Pessoas que ganhei no caminho: além dos meninos da banda que são incrivelmente adoráveis, veio a Ju (Sra. Nog, que eu adorei de cara) e a Cris Badaui.
Momentos inesquecíveis: o show que eu, Ju e Fê fomos em Itu, eu com roupa de chácara e tênis (o que me proporcionou muitas danças russas), a gravação do DVD e o primeiro show que eu vi deles depois que meu casalzinho predileto se formou, foi muito lindo observá-los.
Músicas que provocam descontrole: A pièce de résistance do primeiro show ficou marcada: That thing you do, que eu sempre amei porém nunca imaginei ouvir no Na Mata. Depois, criei uma loucura com The heat is on. Dizem as más línguas que eu grito muito quando percebo que vai começar. Más línguas.
Variante: Na Trave
Criei uma playlist no Youtube pra quem quiser começar bem o dia. Eu, depois de tantas lembranças, com certeza começarei.
Essa semana é bem provável que eu consiga ver minhas 3 paixões. Que bom motivo pra sorrir em plena segundona, não é?
Descobertas da semana
Bom, foi uma semana predominantemente introspectiva, de muita leitura, alguma pesquisa, e umas saidinhas ocasionais.
Como estamos naquele momento do domingo onde insônia e Morfeu entram semanalmente em atrito, resolvi dar uma resumida nas descobertas culturais da semana.
Comecei a semana fazendo aquela arrumação no quarto e refazendo, pela milésima vez, a "fila" de livros para ler. Dessa vez levei a sério e finalmente li o livro da Ju que estava comigo há anos: Através do Espelho. Li em uma tacada só. Comecei no fim da tarde, tive um break rápido para a sopinha da noite e voltei correndo pra terminar. É um livro lindo, sensível e cheio de imagens e analogias daquelas pra parar e pensar. Daquelas que mudam seu jeito de ver as coisas, de entender o mundo. É o segundo livro do Jostein Gaarder que leio, ambos por indicação da July. Devo admitir que o mais famoso, O mundo de Sofia, é um daqueles que está na prateleira dos empacados, mas creio que em breve conseguirei encará-lo novamente. Meu predileto continua sendo O dia do Curinga, cheio de enigmas e mistérios (Peixinho não revela segredo, mas pãozinho sim...).
Depois, resolvi ler um daqueles mil pocket books de capa colorida que eu comprei na Livraria Cultura: Thanks for the Memories, da irlandesa Cecelia Ahern, que também escreveu PS eu te amo (o livro e consequente filme que mais me mataram de chorar na história). Esse livro novo é bem mais leve, bem açucarado mesmo, às vezes até enjoa e resolvo pular uns capítulos. Logo logo termino, falta bem pouco para chegar ao final provavelmente previsível, mas sou persistente mesmo no erro: leio até o fim.
A supresa da semana ficou reservada ao meu passeio pelo shopping Ibirapuera numa dessas manhãs. Como eu e minha mãe não estamos saindo de casa ao mesmo tempo, para não deixar o mimadinho sozinho, fui eu a encarregada de verificar a possibilidade de aproveitamento da promoção da Stroke, loja preferida de Mami. Fiz especialmente para ela, um estrago daqueles entre regatas e camisetas deliciosas, porém esssa não é a surpresa. A surpresa é que eu incorporei realmente a Soninha, passei reto na Saraiva e fui me deliciar na Camicado. Alguém previa isso? Eu, JAMAIS! Enfim, foi assim, nenhum livro, jogo ou dvd comprados, porém uma série de potinhos de salada, frigideiras coloridas, panelinhas individuais para sopa e até uma chaleira desenhada (que eu achei a coisa mais linda do mundo).
Outra grande surpresa também foi o Clube da Comédia. Eu adoro rir, mas sou meio resistente à comédia, principalmente stand up... Tive lá umas experiências desagradáveis e nunca quis tentar de novo, porém na 4a, a Pri ligou me convidando e eu, louca para dar uma saidinha de casa, topei sem pensar duas vezes... Nunca imaginaria o que eu passei mal de rir nas horas seguintes. O espetáculo foi lá no Procópio Ferreira, vários comediantes, alguns claramente geniais, alguns a caminho e alguns bem manjados. Tirando a parte da Gordofobia (que eu nunca vi nem nunca verei graça), todos os outros temas foram bem interessantes, com destaque para o André Bernardes (que é o criador do Porteiro Zé) e o Léo Lins, que me fez chorar de rir.
Sexta-feira, acordei num pique cinematográfico e resolvi assistir a um filme atrás do outro, rezando para que o Telecine e a HBO cooperassem com o plano. No fim eles cooperaram. Acabei assistindo Coraline, que queria ver há tempos. Achei doce, infantil, descompromissado. Bom pra passar o tempo. Depois, não resisti a um pedaço de Breakfast Club, classicão 80, trilha sonora divertida, histórias inocentes e uma moda que dá gooooosto de ver (e saber que passou). Depois, peguei outro pela metade: O Pai da noiva II. É besta, sim, é Steve Martin, tem dobermans dormindo na cama, eu sei de trás pra frente, mas mesmo assim encarei e, pasmem, me emocionei no final (manteiga derretida é pouco). Para terminar, encarei The ugly truth, que eu sabia que seria idiota, mas gosto da Katherine Heigl por causa de Grey's Anatomy e gosto do Gerard Butler em qualquer circunstância.
Pra terminar, passei sábado e domingo sem colocar os pés pra fora de casa. Uma nuvem bem cinzenta baixou por aqui e eu não consegui fazer muito esforço para espantar (aliás, ultimamente, tenho me deixado vencer mais do que eu gostaria, mas isso é papo para outro post). Resolvi FINALMENTE começar a assistir Dexter, desde o primeiro episódio da primeira temporada. Cá estou, fazendo uma breve pausa durante o sétimo episódio da segunda. É o tipo de série que eu gosto, com gente louca, dificuldade de interação social, mistérios, crimes e inteligência. Não sei se vou conseguir parar de assistir tão cedo... Então boa noite, dominguite e boa semana para todos.
E que essa nuvem cinzenta vá embora de uma vez, por favor!
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Blue
De vez em quando uma dorzinha de amor insiste em aparecer.
Quem chama é um perfume, uma camiseta igual a que ele vestia, uma expressão que ele usava, uma aparição surpresa, uma música na cabeça, uma história num livro, uma imagem esquecida no hd.
Eu sei que nenhuma lembrança pode mudar o rumo que as coisas tomaram, com nenhum deles inclusive, mas gosto dessa sensação, gosto da nostalgia, gosto de lembrar como foi, como me encantei, como tudo aconteceu...
Mesmo que depois venha um gostinho azedo, vale o sonho, nem que por um minuto, um segundo.
I thought you could...
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