segunda-feira, 22 de março de 2010

E todo mundo que incentivou a loucura, ficou sem graça e se retirou.
Todo mundo ficou sem ter o que falar.

Eu fiquei sem saber o que fazer. Não consegui discutir com ninguém, nem comigo, se a dor que eu senti foi real, proporcional.



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domingo, 21 de março de 2010

Domingo

E aí que eu achei uns bons motivos pra chorar.

Só faltava a trilha sonora.

Então aproveito o ingresso do Aerosmith em mãos pra me entregar...



Ah, a dominguite...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Parabéns!


Então, hoje é aniversário da minha grande amiga.

Quem me conhece um pouquinho, não precisa nem pensar.
Quem me conhece bem, sabe quão importante ela é.

Amiga nem começa a definir.

Nós já fomos irmãs, já fomos dupla dinâmica, já fomos amadas e odiadas em conjunto, já brigamos, já choramos, já fomos colegas de classe, fomos isoladas, já fomos o apoio, já fomos o ponto fraco.Já passamos por tantas que hoje nos chamamos carinhosamente de maridas.
Tá na história, nas fotos, nas lembranças, nas famílias... até na pele.


Minha vida não seria a mesma sem ela. Eu nem seria a mesma pessoa, não passaria perto disso.
Outro dia, ao falar sobre mim, descobri que é quase impossível me descrever sem citá-la.

E lá no passado, quando tínhamos só dois anos, de algum jeito a gente percebeu que era pra ficar por perto. Por perto ficamos, por perto continuamos.
A gente mudando e o elo cada vez mais forte, mais claro, mais real.
E não tem tempestade que derrube esse nosso pilar.


Minha amada, não tenho nem como explicar o que eu te desejo.

É tão lindo, tão colorido, tão feliz!

Que você tenha o melhor aniversário de todos os tempos!
Porque se você estiver feliz, assim estarei.

#prontochorei

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sonho de aniversário

E não é que eu descubro que no dia do meu aniversário (26/4), em Paris, vai ter show do Mika?

Podia ser mais perfeito?
Podia sim, podia ainda ter ingresso pra vender. Já esgotaram!
UPDATE DAS 13:03 - INGRESSOS COMPRADOS!!!!

Eu queria muuuuuuuuuuuuuito! UHUUUUUUUUUUUUUU




E tem uma historinha que eu não contei nos relatos da viagem...
Comecei a ouvir Mika direto há uns anos atrás, no carro da Lê.
Sempre que tocava Love Today a gente descontrolava, colocava o som no último volume, cantava e dançava loucamente. Sempre. E quase sempre rolava um repeat, tamanha a euforia causada pela música.
Em alguma das viagens pela Alemanha, logo no começo, tocou Mika. Tocou Love Today.
A Dani estava dirigindo, a Lê de co-pilota e eu no banco de trás.
Cantamos daquele jeito "de sempre". Gritamos, batemos palmas, levantamos as mãos. Como se fosse qualquer caminho pro shopping Morumbi ou pro Pain et Chocolat. Esquecemos a Alemanha, a distância, a saudade.
Pra mim, aquele foi um momento de felicidade plena.
Tanto que depois, vesti meus óculos escuros e chorei só um pouquinho...


Será que em Paris tem cambista? QUEM PRECISA DE CAMBISTA? SÓ PRECISO DE UMA AMIGA COM BONS CONTATOS! VALEU, FÊ!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Eu e o Carnaval

Eu sei que entre a Família Neme o carnaval sempre foi uma festa. Sei que meu avô sempre reservava as melhores mesas do clube, levava todos os filhos, cantava, dançava e sorria. É significante no Fator Neme gostar de uma bagunça.

Meus primeiros carnavais foram no interior... Carnaval de salão, com marchinhas, fantasias, confete, serpentina e primos, muitos primos.

As fantasias desconfortáveis nunca foram muito meu forte, então com o passar do tempo essa festa foi perdendo a graça pra mim. Até que, na adolescência, alcançou seu ápice: eu fugia do carnaval. Viajava sempre para algum lugar fora da rota dos foliões, das músicas e de tudo que se relacionasse.

Quando eu fiz lá meus 18 anos, nutria uma paixão violenta pela Bahia, especialmente por Salvador, suas ruas, seu povo, seu sol, seu mar.
Ia pra lá duas vezes por ano, nunca em fevereiro. O carnaval era o "elefante na sala". Ele sempre estava em peso lá (dãh), mas eu fazia um esforço para ignorar.

Até que um dia não deu. O "elefante" ia desfilar na porta do meu hotel. E as minhas amigas baianas (pessoas espetaculares) reservaram para o xodó delas (meu pai) a mesa com a melhor vista para o tal do evento.
Ok, eu fui... Suuuuper relutante. Afinal, grande porcaria esse Farol Folia pra me tirar da minha paz.

Todos aqueles grandes artistas que eu fazia questão de não conhecer passaram ali na minha frente. Sim! Passou o da bandana, o louco fazendo coreografia de tartaruga, as bandinhas da moda daquele verão, o louco do Brown (esse eu até curtia) e, enfim, o tal do Araketu.
Na hora desse último passar (e liberar a avenida pra eu poder ir até o Mercado Modelo), acreditem, o trambolho do caminhão quebrou.
O coitado do vocalista ficou lá fazendo graça, cantando o repertório inteiro, e surpreendentemente eu já sabia várias daquelas letras. Mesmo assim, cansei. Estava virando as costas quando ouvi o convidado que era chamado a cantar: Djavan.
Ele estava hospedado lá no Othon para um outro show, no final da semana.
Tá bom, vai, eu fico mais um pouco...

O que aconteceu em seguida foi um encantamento tão grande que me arrepia até hoje.

A voz doce do Djavan ecoou... Pai e mãe, ouro de mina...

Olhei pra baixo e vi o delírio das milhares de pessoas que presenciavam aquilo, olhei pro lado e vi o mar azul ao entardecer, o céu colorido, senti o calor baiano queimando e o vento no rosto.
Tinha como não me entregar?
Me entreguei.

Ao sair, a banda foi cantando Ô meu pai, eu tava no Ara, meu pai...
E aí eu decidi: esse ano eu volto no carnaval. Ah, se volto...

Aí todo mundo sabe que eu voltei, né? E voltei por uns 6 ou 7 anos. Mas essas são histórias que eu conto em outros posts. Porque tem história pra caramba...

Ainda é difícil não ir pra lá no carnaval.
Esse ano vou fazer plantão na frente da tv e pular por aqui mesmo.
Não tem o mesmo gosto, mas sei que se fechar os olhos, eu vou pra lá sim...

Chame chame chame chame gente...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A noite perfeita...

Bom, resolvi voltar aqui só pra eternizar uma questão que me fizeram lá no Formspring.

Como eu me inspirei pra responder, chorei até e provoquei lágrimas nas amigas, vou copiar a resposta aqui, já que acho que o blog tem muito mais chances de sobreviver que o Form.

Uma noite perfeita? by deinhaff

Teve uma noite mais que perfeita.

Começou na poltrona de casa, na frente da tv, decidida a não sair.

De repente, lá pela meia-noite, tocou meu celular, era minha melhor amiga e chamando com urgência pro Na Mata. Que se eu confiasse nela, iria. E com a melhor roupa. E rápido.

Não questionei. Em 10 minutos, banho, em 5, roupa, mais 10 de caminho e cheguei. Ela me esperava na porta. Me aconselhou uma dose de vodka antes de entrar.

Ao passar pela porta da pista, meu coração disparou. Ali estava o objeto do meu afeto de tantos e tantos anos. Aquele que eu não encontrava há pelo menos 10. Aquele que nunca saiu dos meus sonhos. Aquele primeiro amor, platônico, inocente, imaculado.

O abraço do reencontro quase me provocou um infarto. Era emoção demais pra caber em mim. Cada vez que eu olhava em sua direção, sentia aquele êxtase louco, aquele frenesi que eu não sabia como lidar.

Detalhar mais daí pra frente, é apertar demais o coração.

Mas posso confessar que realizei o que sempre sonhei, ouvi o que sempre quis, descobri que tudo era muito melhor do que sempre imaginei, abracei, beijei, desacreditei.

Pedi pra testemunhas me dizerem, no dia seguinte, que aquilo era verdade.

E quando cheguei em casa, me prometi: mesmo que aquela história parasse por ali, eu seria feliz.

E a história parou. Já faz um tempo.
Mas até hoje, quando no meio do show eu olho lá pro fundo da pista, é ele quem procuro.
E se toca Enjoy the silence, é pra essa noite que eu viajo.


Snif...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Olá, ano novo!

Esse ano me dei ao luxo de não fazer balanço de nada e de não fazer promessas.

Tenho sim meus planos, que não mudam com o virar de uma meia-noite.

Vou deixar mais espaço pro inesperado.

Let's enjoy the ride.


Ps: tirei essa foto na estrada, ela vai virar meu background do twitter

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Oktoberfest, a minha tradição!

Pois é... quando eu saí de Munique o ano passado, brinquei com todo mundo que estava topando convites pra voltar em 2009, mas meio descrente que isso fosse realmente acontecer.

Quando comecei a planejar a viagem com a Dani, de cara ela sugeriu a Alemanha, um país que ela ainda não conhecia (e pra quem conhece a Dani sabe como isso é raro). Daí pra Munique e pra Oktoberfest foi um milésimo de segundo!

Então, a chegada em Munique foi mais uma daquelas complicadas... A rua já estava lotada de gente, aquele monte de "alemões e alemoas" vestidinhos bonitinhos a caminho da festa.
Conseguimos achar nosso hotel com facilidade, o que foi difícil foi achar uma vaga pra "máquina" no estacionamento (era um mini Iguatemi, quase tive um ataque claustrofóbico). Finalmente, no 6o. e último andar, rolou uma vaguinha... Ufa!

No check in no hotel, mais uma surpresa: devido a ameaças terroristas, teríamos que abrir a mala para um segurança checar.
Gente, era uma mala já de 10 dias... tava beeeem bagunçada, com roupas íntimas voando pra todos os lados! Mas, vamos lá... Segurança é segurança, certo?
Aí veio o momento segurar o riso histérico: o senhor responsável pela revista, muito sério e compenetrado, simplesmente colocava a mão por cima da mala aberta e fechava os olhos... Uma coisa meio Medium, meio Dead Zone, meio sobrenatural. Eu, fazendo mil piadinhas pra disfarçar o costrangimento daquela bagunça generalizada e ele maior concentrado... Medo!

Corremos pro quarto, nos arrumamos rapidinho e saímos ansiosas pra festejar.
Chegando na festa, caminhamos um pouco pelo lado de fora, olhamos as barracas e rimos com os trajes típicos. Logo depois, o desbunde: entramos no primeiro galpão.
A sensação é indescritível! Aquela grandeza, a música, a luz, as garçonetes passando carregando várias canecas ao mesmo tempo, as pessoas subindo nos bancos pra dançar, os brindes... e a melhor lembrança: aquele cheeeeeiro de cerveja!
(((Preciso deixar claro que eu odeio cerveja em qualquer outra situação, ok? Mas lá eu amo com todas minhas forças.)))

Sei que ficamos andando por todos os galpões, uma caneca em cada um. Descobrimos o que tocava menos música alemã e ficamos por lá. Aliás, aqui cabe um parênteses: eles têm loucura por duas músicas já meio passadinhas: Hey Baby e Angel, do Robbie Willians. Tocam em TODOS os galpões, a toda hora... impressionante!

O ponto alto, além do tradicional Ein Prosit (em que todo mundo levanta a caneca e brinda como se não houvesse amanhã), era uma música que eu achei que NUNCA fosse conseguir encontrar, mas consegui! Chama So a Schoner Tag. Eles fazem umas dancinhas muito engraçadas (como a gente no Na Mata), me matei de rir lá e estou me matando de novo agora. Pior que gruda na cabeça e cantar em alemão ainda não está entre as minhas habilidades!

No segundo dia de Munique, tínhamos o grande compromisso: ir buscar a Helena no aeroporto.
Então de manhã, demos umas voltas pelo centro da cidade, vimos o tal do espetáculo da Marienplatz, o Glockenspiel. O centro lá é lindo, várias lojas legais e ruas só para pedestres.


Depois de uma passada básica na Theresienwiese (a "praça" da Oktober), compramos um tíquete de metrô que nos dava direito a várias viagens e fomos até o aeroporto.
Desnecessário comentar limpeza, organização e pontualidade do transporte público, né?
Então tá...

O capítulo da chegada da Lê e dos dias seguintes fica pra próxima.
Vale um post especial, de qualquer maneira...

O que deu muito certo?
A dieta alemã. Eu provei que posso viver com base em 4 ingredientes essenciais: salsicha, cerveja, batata e mostarda. Juro. Desde o café da manhã. Funciona que é uma maravilha. (E, por favor, aquela alergia violenta que eu tive dias depois não teve nada a ver com isso, tá?)
O frango assado da Oktober também é um arraso; o pretzel que combina perfeitamente com a cerveja, um sonho; os sanduíches das mais diversas salsichas, inesquecíveis.


O que deu muito errado?
Não ter feito reserva para os galpões. Como era o último final de semana, a festa estava lotadíssima. No último dia, inclusive, as portas dos galpões se fecharam às 16 horas e não entrava mais ninguém. Tivemos que ficar tomando cerveja do lado de fora mesmo.

Nota para a próxima viagem (em 2010, certeza)
Na verdade são duas:
- Ir mais pro começo da Oktober, como em 2008. Dá pra curtir com mais tranquilidade.
- Levar um vestido típico de alemã, ou comprar um lá. Acho que eu ia ficar maior simpática com ele!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Só uma observação...


Interrupção bem rápida nos posts da viagem, só pro que deve ser dito.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Na Saxônia, a cidade de Bach

Antes de começar a falar sobre Leipzig, preciso falar do caminho que nos levou até lá.

As estradas da Alemanha são realmente tudo que falam por aí.
Todo mundo corre loucamente, é um festival de carros lindos, novos e potentes.
O que é surpreendente mesmo é a educação deles no trânsito. Primeiro: não se ouve uma buzina!
Não que fosse o nosso caso (de maneira alguma), mas tem um monte de turistas perdidos nas ruas, andando devagar e esperando o gps falar qual é o próximo passo. Mesmo assim, ninguém buzina.
Todo mundo se mantém na faixa da direita, independente de quantas faixas a estrada tem. Cada um faz sua ultrapassagem e volta. Simples assim.
Outra coisa, como há muitos trechos em obras, muitas vezes a estrada fica reduzida a uma ou duas faixas apertadas. Mesmo assim todo mundo é muito civilizado. Ninguém tenta correr mais do que o outro e todos respeitam os limites de velocidade impostos (mesmo que você esteja a 180 km/h, na hora em que aparece a placa de 80km/h, todo mundo reduz).
Outra coisa que faz toda a diferença: a sinalização. Se o GPS morresse (como morreu várias vezes), a gente chegaria nos nossos destinos da mesma maneira.


Ok, isso esclarecido, vamos enfim para a chegada a Leipzig.
Nessa viagem testamos um esquema bem diferente: sem plano, sem hora, sem destino.
Não tínhamos hotéis reservados, nem roteiros definidos, certo? Então quando entrávamos na estrada, qualquer coisa poderia acontecer. Tudo no nosso ritmo.
Saímos cedo de Munique, com o carro cheinho de bagagem (agora éramos 3, a Lê estava conosco).
Logo quando pegamos a estrada, paramos num posto para encher o tanque. Lição número 1: aqui tudo funciona na base da confiança: primeiro você enche seu tanque, depois vai pagar lá dentro da lojinha.
Lição número 2: ao lado de cada bomba tem um balde com um rodinho pra cada um limpar seu parabrisa. A reação das meninas quando saíram do banheiro e me viram com o rodinho em mãos, fazendo o maior esforço pra não deixar nenhuma sujeirinha no vidro foi impagável. Pena que não tiramos fotos desse momento (nunca imaginei que ia me dar bem como frentista).

Os postos lá são muuuuito legais. Depois desse, paramos em um para almoçar que era super divertido! Vendia de tudo, de perfumaria até bebida (até licor de maconha).
Com todas nossas paradas e sem pressa nenhuma, acabamos chegando a Leipzig só no finzinho da tarde. Logo o gps nos mandou pro centro antigo e milagrosamente logo achamos um estacionamento pra largar "a máquina".

Leipzig é a cidade do Bach, para muitos, o maior músico que já existiu. Com a minha mãe pianista e outros pianistas passando pela minha vida, posso concordar com esse título.
Ninguém sabe muito bem onde Bach está enterrado (aqueles mistérios da história), mas na igreja de São Tomás tem uma lápide em sua homenagem. Infelizmente, quando cheguei lá a igreja já estava fechada...

Na praça da cidade estava rolando uma festa com música, bebida e comida. Como era sábado, estava cheio de gente na rua, uma delícia.
Andamos pela feira que cercava a festa, comemos um pão estranho que todo mundo estava comendo e fomos parar numa ruazinha cheia de gente, cheia de pubs e restaurantes. Sentamos na primeira mesa vazia que avistamos e ficamos lá batendo papo e tomando cerveja até a noite cair definitivamente.

O mais divertido de Leipzig é que não deve chegar muito brasileiro por lá, pois em cada lugar que passávamos, causávamos uma certa curiosidade de quem estava em volta: - afinal, que língua elas falam? - Teve gente que até veio perguntar, as caras de espanto eram incríveis! Nos divertimos com isso...

O que deu muito certo?
Chegar e largar o carro no estacionamento.
Estávamos perdendo muito tempo quando chegávamos numa cidade e íamos logo procurar hotel. Em Leipzig só fomos procurar o hotel lá pela meia-noite, depois que já tínhamos visto e andado tudo que queríamos. Assim conseguimos aproveitar mais.


O que deu muito errado?
Não ter chegado a tempo para ver a Igreja de São Tomás nem o Museu Bach.

Nota para a próxima viagem
Não acreditar tanto no gps quando ele sugere um hotel um pouco mais afastado...
Fomos parar num lugar muuuuuito assustador, cheio de fog e campos abertos (pra quem lê Twilight como eu, um lugar onde facilmente encontraríamos lobisomens e vampiros).
Ok, era um best western que estava lá no meio. Mas a chegada lá foi muito bizarra, assim como a decoração do quarto, que devia datar da época do Iluminado!

Atendendo ao pedido feito no comentário da Lê, aí está a estampa inspiradora!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Berlim, a cidade do futuro

Bom, já que eu comecei a escrever pelo final, vou continuar nessa ordem anti-cronológica, meu TOC não me permite mudar de ideia a essa altura do campeonato...

Cheguei a Berlim dirigindo, encantada com as estradas alemãs e ainda não muito conformada sobre ter que ficar na pista lenta quando dirigindo a 140 km/h.

De cara já percebi que aquela capital seria diferente de todas as outras...
Uma cidade que foi a sede de um governo traumático, que foi destruída pela guerra, depois dividida e governada por quatro países diferentes ao mesmo tempo... Eu esperava uma cidade triste, arrasada, cheia de recordações dolorosas, destroços e só.
Felizmente, eu estava muito errada!
As recordações? Elas estão lá, sim, mas como cicatrizes, como propulsoras no plano de criar uma cidade perfeita.

Nosso hotel era muito perto do Checkpoint Charlie. Foi por lá que começamos a explorar.
Logo vimos no chão a marca por onde passava o muro, e nas paredes as fotos de como era a região no passado. Ao passar em frente ao museu, alguns arrepios ao ver pedaços do muro e um aperto no coração vendo a foto de um soldado americano passando um chocolate entre as grades para uma criança do lado soviético.
De lá saímos andando, porém um vento violento encerrou nossos planos do dia. Entramos num shopping e nos entregamos à combinação clássica que desde Munique estava fazendo nossa alegria diária: Wurst, Kartoffeln und Bier.

No dia seguinte pegamos um daqueles ônibus turísticos, que levam a todos pontos importantes e turísticos. Aí sim eu posso dizer: Berlim é uma cidade especial! Ela passa uma energia diferente, algo que até agora não consigo definir, mas que é facilmente perceptível. Uma impressão de liberdade, de novidade, de arte... tomou conta de mim. Tudo de bom.

Saí da primeira volta do ônibus boquiaberta. Não conseguia nem falar (só de lembrar me emociono). É tudo muito belo: a Catedral, o memorial do holocausto, o parlamento (que depois visitamos), o portão de Brandemburgo, a ilha dos museus, a embaixada britânica, a Kaiser William Memorial Church, as novas construções misturadas com as antigas, o zoológico, as avenidas lindas e largas e, como não poderia faltar para o meu delírio completo, a loja gigaaaaaaante KaDeWe (no quesito compras, preciso ressaltar que tem até uma Lafayette na cidade).

Um outro milagre aconteceu em Berlim: deixei de lado meu visual turistolândia/mendigolândia (um clássico da moda viagem) e saí arrumada pra rua. Deu vontade!


O que deu muito certo?
Fazer comprinhas na Lafayette Gourmet e no supermercado Kaiser's para preparar "o jantar" no hotel. Conseguimos economizar um pouquinho e ao mesmo tempo experimentávamos um monte de bobagens que descobríamos pelo caminho (queijos, salames, balinhas haribo, pães, bolachas, chocolates).
Não, realmente não eram as refeições mais saudáveis do mundo, mas para quem já estava comendo salsicha no café da manhã, acho que não ia fazer muita diferença. Além de tudo, sem essa "pesquisa" eu nunca descobriria que existe na Terra um Lindt que é horrível: blueberrie com lavanda (eu JURO que eu não vi que tinha lavanda escrito).


O que deu muito errado?
Nada deu errado, foi tudo muito perfeito! Até o dia que eu saí pra andar de vestido e bota deu certo (só porque eu achei um all star me esperando no meio do dia).
Fiquei meio frustrada só com uma coisa: não ter conseguido curtir a vida noturna de lá. Pelo que vi e senti da cidade, as pessoas de lá devem ser muito interessantes! Mas como havíamos acabado de sair da Oktoberfest, ainda estávamos um pouco de ressaca e acabamos deixando esse programa para a próxima vez...

Nota para a próxima viagem:
Pelo menos uma semana em Berlim. Pelo menos!


PS: Para quem ainda não viu, o álbum de fotos está aqui.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

London, London

Bom, começando pela última cidade, que está mais fresquinha na lembrança.

Nossa chegada em Londres foi um tanto conturbada, porque chegamos num dia bem clássico londrino: bem cinza e chuvoso.

O caminho pro hotel, no entanto, foi ótimo. Passamos pela Harrods, pelo Hyde Park, vi um monte de cabines telefônicas e ônibus double deck. De longe, no fim da rua, ainda deu pra ver o Big Ben e a London Eye. Ah, e senti aquele desespero clássico ao notar todo mundo dirigindo, virando e ultrapassando do lado errado da rua, que aflição!

Minha primeira compra foi um guarda-chuva bem turistolândia, escrito I LOVE LONDON, em pleno Picadilly! Em meio a mil guarda-chuvas e turistas, não consegui nem ver direito os luminosos e quase fui atropelada mil vezes até aprender a obedecer religiosamente o sinal de pedestres e descobrir que a dica de pra que lado olhar estava lá o tempo todo!

Só parou de chover no comecinho da noite, deu tempo pra sair e dar uma olhada na cidade pela Hungerford Bridge. Caiu meu queixo pela primeira vez. Com céu cinza e tudo.


No dia seguinte, ao caminhar e observar, tive minha primeira impressão sobre a cidade: ela é hostil. As pessoas que circulam estão num vale tudo insano pra sobreviver. Ninguém se olha muito, ninguém para pra admirar, muito pouca gente sorri e muita gente se esbarra no caminho. Todo mundo está muito determinado. E ninguém tem muito tempo a perder.

Com o passar dos dias, fui presenteada com algumas boas surpresas que adoçaram meu olhar:
- há muitas pessoas simpáticas e carinhosas (eu adoro ser chamada de darling),
- tem muita gente bonita,
- os bons pubs se escondiam bem atrás do meu hotel (em ruas minúsculas, escondidas),
- a troca da guarda é emocionante (e é muito surpreendente vê-los tocando ABBA e O Fantasma da Ópera),
- o Tate e a Saatchi Gallery são lugares pra perder muitas horas,
- a feira de Portobello é uma bagunça deliciosa, assim como Covent Garden no fim-de-semana,
- a Oxford Street é pra gastar sola de sapato, enquanto a Harrods é pra encantar os olhos.

Mesmo cansada pra caramba, me deixei levar pelo ritmo meio frenético da cidade e acabei enxergando o encanto por trás daquela primeira impressão tão dura.

Já estou planejando a próxima visita, afinal de contas deixei minha amiga amada lá (numa cena de soluços que nunca vou esquecer).

O que deu muito certo?
O jantar no Gordon Ramsey at Claridge's. Desde o esquema da reserva online, tudo perfeito! Tomei um bloody mary incrível e a comida me deixou andando nas nuvens, desde o pão (de azeitona e cebola) até a sobremesa (brulée de canela com sorvete de pera).
Infelizmente, o prato que eu sempre quis provar (e que derruba todos os pupilos do Gordon), o Beef Wellington, tinha acabado. Pedi um trio de cordeiro que me fez muito feliz. Se aquilo não for pecado, não sei o que é!


O que deu muito errado?
O Hotel Citadines. Pela localização é até injusto que eu diga que deu muito errado, porque ele era perto de tudo, próximo a Trafalgar Square e fácil de chegar em duas estações de metrô e inúmeras paradas de ônibus. Tudo isso tinha só uma leve pegadinha: como o Citadines é um flat, eles não vêem necessidade em arrumar o quarto todos os dias, apenas uma vez por semana. Ok, o apartamento foi apelidado de cafofo e seguimos rindo da bagunça.

Nota para a próxima viagem:
Londres deve ser a primeira parada!

Home, sweet home!

Bom, finalmente em casa!
Ufa... como estava cansada! Nos últimos dias de viagem, comecei a entrar na falência total: dinheiro acabando, pés doendo, joelho falhando, uma alergia nova a cada dia, curto circuito mental, sono crônico, intolerância culinária, etc e tals...

Hoje faz exatamente uma semana que cheguei na minha linda casinha! Ainda tenho um pouquinho de alergias e um pouco de sono atrasado, mas já estou quase 100%! Não há chatice que resista a um abraço de pai no aeroporto, à comida da mamãe, à minha cama deliciosa e aos meus travesseiros deliciosos. Isso sem contar o poder reparador que tem o reencontro com os amigos, com as baladas, com as besteiras, com as músicas, com as loucuras (capítulo especial essa semana).

Obviamente eu pretendo escrever de todos os lugares que fui, mas não estou em condições de fazer muitas promessas, afinal de contas a partir da semana que vem começo mais uma temporada de estudo.

Antes de tudo, vou dar mais uma olhada nas fotos, dar uma arrumada básica nas que ficaram estranhas e tals... Mas volto logo logo.

See you soon!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mais um pouquinho...

O post foi escrito ontem, mas só hoje consegui passar a limpo:

Mal passou uma semana de viagem e já fiz e vi tantas coisas diferentes que renderiam mil posts.
Felizmente tempos tido a sorte de pegar hotéis com wifi, mas o tempo é curto para atualizar tudo que acontece.
Inclusive hoje, ao chegar aqui no lindo hotel de Salgareda, percebemos nossa total dependência de tecnologia. Antes mesmo de perguntar se o quarto tinha cama e chuveiro, perguntamos se tinha internet. Depois da resposta afirmativa, atéo preço fica irrelevante, assim como foi ontem em Cortina d'Ampezzo e antes disso em Innsbruck.

Hoje conheci Veneza. Não estava nos planos, mas foi um dia perfeito.
A liberdade de não ter planos tem sido maravilhosa, me reservou surpresas como essa.
Ao sair de Paris, decidimos pular Salzburgo, que seria o próximo destino, depois de pegar o carro em Munique.
No fim, essa acabou sendo uma decisão genial, porque se Salzburgo fosse ainda que um pouco parecido com Innsbruck, eu não iria aguentar os dois dias planejados lá.
A Áustria é linda, sim. Não me arrependo de ter ido, porém as pessoas de lá me pareceram meio estranhas e o público-alvo de seu turismo engloba dois grupos em que não me encaixo: a terceira idade de um lado e os aventureiros, escaladores e ciclistas do outro.
O dia em Innsbruck me rendeu meu único delírio consumista até agora: Swarovski.
Sim, eu passei impune por Paris.
Sim, há grandes chances de que eu tenha sido abduzida.

Saindo da Áustria, pegamos a estrada tortuosa (bota tortuosa nisso) para a Itália.
A paisagem era linda. Começou com cidades pequeninas nas encostas das montanhas e depois ofereceu lindas visões de lagos verde-água (da exata cor do lápis da caixa de 36).

Quando começamos a ver as famosas e estranhas montanhas "dolomitas", resolvemos que Cortina d'Ampezzo seria a próxima parada.
A recepção não foi das melhores, porque enquanto íamos à Central de turismo e ao hotel sugerido por eles, levamos uma bela multa. Mas aí era a hora da Miss Mossoró tomar conta. Ela amassou a multa, jogou no fundo da mochila, saiu pra passear e tomar um cappuccino.
Lá é uma cidade que lota na temporada de neve, e as lojas muito chiques (e caras) provaram que é um ponto turístico de primeira!

Comi minha primeira massa na Itália. Não foi espetacular, pois a dona do hotel nos indicou um restaurante traçando nosso perfil pelas roupas que vestíamos (MENDIGOLÂNDIA plus style).
Não posso culpá-la, afinal de contas nunca errei tanto na previsão do tempo pra mala antes, então estou realmente passando por dificuldades com as vestimentas.
Os DOIS casacos que vieram na mala estão EXATAMENTE como saíram de casa.
Ótimo, o Murphy viajando comigo mais uma vez.

Saímos de Cortina pela manhã. O plano era passar para visitar uma amiga (Alexandra) que veio morar aqui há um tempo, em Salgareda, e depois seguir a viagem para Verona ou Milão.

Mas planos? Pra que planos?

Chegando na padaria do marido da amiga (Lucca), onde ambos trabalham, fomos recepcionados com gritos de alegria, pulos, etc e tal... O reencontro é mesmo uma explosão de emoção. Fico me perguntando como será quando eu e a Lê nos encontrarmos...

Conhecemos a cozinha da padaria que, pra gordinha aqui, mais pareceu o paraíso! Aromas, cores, pães, doces, fornos gigantes, massas, suspiros... Tudo lindo! E apetitoso, lógico!

Depois disso, fomos para o apartamento da Alê e ficamos batendo papo, ouvindo dela as dores e delícias da vida por aqui (muito mais delícias, acreditem).


Amanhã eu termino...
Não é fácil digitar no quarto todo escuro!

domingo, 20 de setembro de 2009

Direto de Paris

De todas minhas chegadas tumultuadas em viagens, essa vai ficar pra história...
E não é que eu chego em Paris exatamente no dia da TecnoParade (mais conhecida por nós como Parada Gay)?
Então, lá estávamos nós, paradas há horas no trânsito, ainda distantes do centro da cidade, sem nenhum sinal do humor que sempre foi nossa marca registrada.
Com o passar do tempo (e dos euros no taxémtro), resolvemos rir. E tirar fotos. E rir mais um pouquinho. Aí quando vimos já estávamos perto de todos aqueles lugares que tocam nosso coração. As esquinas dos nossos apartamentos, os mercados, os cafés, os caminhos.
Falar que eu me senti como um filho voltando pra casa é exagero. Me senti como uma pessoa que reencontra um amante, aquele que te tira o fôlego e mexe com todos seus sentidos.
Assim é Paris. Uma vez que você olha ao seu redor, tudo mais perde a importância.É mágico. Juro. E acho que todo mundo fica assim, estupefato. Basta olhar a quantidade de máquinas fotográficas penduradas nos pescoços. Não há cidade como Paris pra ter tanto fotógrafo. Me divirto vendo todas as máquinas, lentes e tripés desfilando. E os pobres operadores se jogando no chão e fazendo malabarismos para tentar captar o que talvez ninguém tenha captado antes.
Deixamos afoitas as coisas no hotel e saímos pra reencontrar as ruas cheias, movimentadas.
Sábado, um sol delicioso, todo mundo cor seu sorvete Berthillon na mão. O meu, sempre clássico, morango e chocolate.
De noite, mais voltinhas, o Marais fervendo de gente estranha, de gente louca, de turistas enlouquecidos e de parisienses adoráveis.
Adorável mesmo é o jeito deles de assumir que grande parte da graça da cidade está em assistir as pessoas passando. Não tem sequer uma cadeira de costas pra rua. A diversão é assistir. Posso falar que é uma atividade espetacular. Cada "coisa" que passa... Inacreditável.
Hoje descobrimos o Salon des créateurs de mode, um espaço como era o começo do Mercado Mundo Mix, de moda moderna.
Me encantei com um acessório que estava fazendo o maior sucesso entre as francesas.
Vou levar a moda pra casa!